Ultrapassados, campeonatos estaduais de futebol funcionam como ralo de dinheiro e usina de contusões

Lógica zero – Representando pouco ou quase nada, os campeonatos estaduais de futebol são um desserviço ao esporte mais popular do planeta. Enquanto a maioria dos países, onde o futebol merece destaque, os clubes participam de disputas de caráter nacional, o Brasil insiste na tese dos certames regionais. Em muitos estados, a sobrevivência dos times de futebol depende quase que exclusivamente da renda das bilheterias, muitas vezes insuficiente para honrar a folha de pagamento.

A prova maior da obsolescência dos campeonatos estaduais está na forma como ele é realizado, sem que um cronograma que inclua a chamada “pré-temporada” seja respeitado. Por força de um calendário apertado, os campeonatos estaduais iniciam sem que os atletas estejam devidamente preparados.

No último domingo (5), o chileno Valdivia deixou o gramado após contusão muscular, o que deixará o atacante palmeirense fora das próximas quatro partidas do Palmeiras. Há quem diga que o índice de contusão de Valdivia é acima da média, mas jogar sob um calor quase senegalês, como o que marcou a partida entre Palmeiras e Santos, em Presidente Prudente, é querer que uma equipe de ponta fique desfalcada a qualquer momento.

Outro exemplo de exagero foi a participação do atacante Neymar no duelo entre santistas e palmeirenses. De volta das férias no final de janeiro, Neymar entrou em campo porque é a única arma que o Santos FC tem para turbinar a bilheteria. O clube da Vila Belmiro criou uma operação de marketing em cima do aniversário de Neymar, festejado no último domingo, o que levou mais torcedores ao estádio, mas sua presença em campo poderia resultar em contusão.

Enquanto não o alvinegro praiano não encontrar uma estrela que concorra com Neymar e caia nas graças da torcida do Peixe, o melhor jogador do futebol brasileiro em atividade será obrigado a calçar as chuteiras.

A temporada está apenas começando e com certeza teremos muitas outras contusões desnecessárias.