Rebelião que culminou com a queda de Mario Negromonte pode terminar com a tomada da presidência do PP

Dormindo com o inimigo – Depois da troca de comando no Ministério das Cidades – saiu o baiano Mário Negromonte e entrou o paraibano Aguinaldo Ribeiro – a pasta vive um aparente momento de calmaria, uma vez que as polêmicas envolvendo o novo ministro misteriosamente deixaram as manchetes.

Aguinaldo, que afirmou ter sido de “supetão” a sua indicação para o cargo, é acusado de sonegar informações sobre o seu patrimônio à Justiça Eleitoral e de manter em nome de terceiros duas emissoras de rádio de sua propriedade. O ministro negou as acusações logo após a posse, mas o locutor de uma das emissoras disse, no dia da indicação do nome de Aguinaldo Ribeiro (PP) para o ministério, ser aquela uma rádio de ministro.

A alegação do ministro Aguinaldo Ribeiro de que sua indicação para o cargo foi uma surpresa não procede, pois resultou de rebelião interna no Partido Progressista, comandada pelos senadores Ciro Nogueira (PI) e Benedito de Lira (AL). Tanto é assim, que o filho do senador Benedito de Lira, o deputado federal Arthur de Lira, assumiu a vaga de líder do PP na Câmara, antes ocupada pelo agora ministro das Cidades.

Considerando que todo esse movimento ocorreu sob os olhos do presidente nacional do PP, não causará surpresa alguma se Francisco Dornelles, senador pelo Rio de Janeiro, acabar perdendo o comando da legenda. Até porque, o plano dos responsáveis pela intifada que culminou com a derrubada de Mario Negromonte é bem maior do que muitos imaginam.