Destemidos e versáteis, criminosos agem com ousadia e continuam levando a melhor em São Paulo

Mãos ao alto – Há algumas semanas, o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, aterrissou em alguns veículos de comunicação para falar sobre os números da segurança pública no mais importante estado brasileiro. Na ocasião, Alckmin destacou a queda no número de homicídios, mas reconheceu que a criminalidade é mutante e que o modus operandi dos marginais depende da atuação da polícia. Tudo muito bem, pois isso está relacionado à sobrevivência. E os criminosos, mesmo fora da lei, querer sobreviver.

Acontece que o discurso do governador tucano torna-se ainda mais inócuo quando analisados alguns dados da segurança pública. Somente nos quinze primeiros dias do ano, a cidade de São Paulo registrou 93 assaltos a residências, o que representa um a cada quatro horas. Outro tema que assusta é o roubo e furto de automóveis. Em 2011, a cada hora nove carros foram roubados na capital paulista. O número de carros roubados por hora salta para 21 quando a estatística tem como base o estado de São Paulo.

Na madrugada de terça-feira (14), bandidos promoveram um arrastão em um edifício no bairro de Higienópolis, Zona Oeste da cidade de São Paulo. O que mais impressiona é que o prédio que foi alvo dos marginais fica a cinquenta metros do 7º Batalhão da Polícia Militar Metropolitana. Nas sete horas em que permaneceram no edifício, os bandidos invadiram cinco apartamentos.

Para provar que o Palácio dos Bandeirantes continua perdendo a batalha contra a criminalidade, na noite de terça-feira uma conhecida cantina, localizada no bairro de Pinheiros, também foi alvo de um arrastão. Os bandidos, que chegaram ao local por volta das 22 horas, roubaram o caixa do restaurante e todos os pertences dos clientes. Um funcionário da cantina conseguiu fugir e acionou a Polícia Militar, que chegou após a fuga da quadrilha.

Viver em São Paulo é, além de muito caro, um ato de coragem. Sinônimo de caos, a capital dos paulistas tornou-se uma espécie de paraíso dos marginais. Mas o governo estadual também decidiu partir para outro tipo de delinquência. Cobrar impostos sem dar ao cidadão a devida contrapartida.