Acusado de corrupção eleitoral, mensaleiro Valdemar da Costa Neto escapa de processo no STF

Escapou de novo – No mesmo dia em que aprovou a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa a partir das eleições de outubro deste ano, o Supremo Tribunal Federal informou que o ministro Carlos Ayres Britto, favorável à mencionada lei, decidiu arquivar o processo em que era réu o deputado federal Valdemar Costa Neto, o “Boy”, do PR de São Paulo.

Costa Neto foi acusado de suspeita de compra de votos e corrupção eleitoral, por ter promovido, durante a campanha eleitoral de 2006, um grande churrasco em Bertioga, no litoral de São Paulo, onde ocorreu farta distribuição de bebida e comida, com o estrito objetivo de angariar votos.

Um ano antes do ocorrido, mais precisamente em agosto de 2005, Valdemar da Costa Neto renunciou ao mandato de deputado federal para escapar da cassação, que seria aprovada com folga na Câmara por conta do seu envolvimento no escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”. Mesmo com a renúncia, Costa Neto tornou-se réu no processo do Mensalão por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Na decisão, o ministro Ayres Britto disse que a decisão de arquivar o inquérito teve como base um parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que afirmou não haver “elementos nos autos” que apontem a prática dos crimes por Valdemar. Após analisar a prestação de contas do deputado de 2006 na Justiça Eleitoral, o procurador-geral constatou que quatro pessoas e uma empresa contribuíram com R$ 2.416 para bancar o churrasco.

As investigações que acontecem na seara das instâncias superiores da Justiça e da Procuradoria-Geral da República não ultrapassam os limites dos gabinetes de ambos os órgãos, o que faz com que muitas acusações caiam na vala do arquivamento. Quem quiser saber a verdade sobre a campanha de Valdemar Costa Neto, em 2006, basta procurar qualquer servidor da prefeitura de Bertioga. Basta uma dose mínima de vontade.