Na véspera do feriado de Carnaval, deputados e senadores desaparecem e Congresso fica vazio

(Foto: André Dusek - Agência Estado)
Vida mansa – Há dias, antes da retomada dos trabalhos parlamentares, o ucho.info afirmou que o Congresso Nacional só começaria a funcionar de fato no próximo dia 28 de fevereiro, uma terça-feira, pois durante a semana do Carnaval deputados e senadores se entregarão ao ócio nababescamente remunerado, prática velha e conhecida.

Na tarde desta quinta-feira (16), que para qualquer cidadão comum é um dia normal de trabalho, os plenários da Câmara e do Senado ficaram praticamente vazios. Apenas alguns teimosos parlamentares fizeram questão de participar das sessões, que custaram ao contribuinte pelo menos R$ 300 mil cada uma. Na Câmara dos Deputados, como sempre acontece, a sessão teve início às 14 horas. Pouco mais de duas horas depois, às 16h15, apenas cinco parlamentares estavam em plenário, se revezando nas funções administrativas para viabilizar os trabalhos (sic). Para quem gosta de números, menos de 1% do contingente de 513 deputados se fez presente no plenário da Câmara.

Entre os presentes à sessão estava o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ). “Eu vim porque fui eleito para isso. O povo paga os deputados para estarem aqui trabalhando e comparece do às sessões”, declarou o ex-governador do Rio de Janeiro.

No Senado Federal a situação não foi diferente, apenas o percentual de parlamentares presentes à sessão era maior. Às 16 horas, apenas oito dos 81 senadores estavam no plenário, acompanhando uma sessão não deliberativa. Em outras palavras, quase 10% do contingente de senadores estava no plenário da Casa legislativa.

Em qualquer empresa brasileira a assiduidade ao trabalho é o que garante o salário ao final de trinta dias. No Congresso Nacional, onde se instalam os supostos representantes do povo, as regras são vergonhosamente diferentes. Ganha-se muito e trabalha-se pouco. Considerando que 2012 é um ano eleitoral, a produção do Congresso Nacional será mínima, para não afirmar que será pífia.

Contudo, os leitores não devem se revoltar com a classe política, pois cada parlamentar custa ao erário aproximadamente R$ 130 mil mensais, além de receber quinze salários anuais, ter direito a moradia ou verba de auxílio-moradia, passagens aéreas pagas pelo contribuinte, contas de celulares custeadas pelo povo, três meses de férias, sem contar que trabalham dois dias e meio por semana. Ou seja, o Congresso Nacional é um clube privado de negócios, onde quem tem vocação para a labuta não entra.