O papel das redes sociais na vida do selecionador de pessoal

(*) Fernando Montero da Costa –

Há tempos já vem se falando sobre o papel das redes sociais na vida dos selecionadores de pessoal. Mas será que realmente elas prestam um benefício à área de Recrutamento e Seleção das empresas? A resposta é sim!

Dentre os aspectos positivos, ressalto um processo de divulgação de vagas mais rápido e de expansão de networking mais potente em relação a outros meios utilizados para divulgação de vagas.

Em geral, o retorno das oportunidades de emprego divulgadas costuma ser rápido e ajuda a constituir uma boa base de dados para busca de profissionais para um dado perfil.

Para o caso de grupos de profissionais (como, por exemplo, o de engenheiros, arquitetos, de financeiros, de RH, etc), o processo de triagem de perfil costuma ser mais eficaz do que o de anúncio em geral efetuado na rede, direcionado a quaisquer profissionais de mercado interessados em se candidatar à vaga anunciada.

Para o caso do processo de headhunting (ou de caça de talentos), se você tiver o nome do profissional que estiver buscando, o processo de localização do mesmo costuma ser mais rápido que outros meios.

Outra vantagem das redes sociais é o de obter perfis de candidatos estrangeiros com maior facilidade que outros meios, anunciando perfis de vagas em idiomas estrangeiros, em particular inglês ou espanhol.

Por outro lado, tanto empresas em geral quanto consultorias costumam também se valer dessa ferramenta em função de sua praticidade e para baratear os custos dos processos de recrutamento e seleção.

As principais redes

Das redes mais comumente utilizadas e que costumam trazer maior benefício ao selecionador de pessoal, destaco o Linkedin e o Yahoo Groups. E, como apoio para busca de referências de perfil pessoal ou para ajudar a encontrar contatos de networking que facilite o encontro do profissional almejado, destaco o Facebook.

Como aspectos desfavoráveis, cito o fato de que muitas vezes, ao efetuar anúncio em rede social, é costume chegar uma quantidade enorme de respostas, o que onera o trabalho do selecionador de pessoal. Consequentemente dificulta o processo de filtragem e pré-seleção de candidatos. Não dá, por exemplo, para impedir que um gestor comercial se candidate a uma vaga de gerente administrativo via rede se o anúncio for aberto para qualquer candidatura.

Outra desvantagem é a de que muitas vezes o perfil disponibilizado pelos candidatos na rede costuma ser muito sintético e resumido, levando o selecionador a ter que enviar e-mail e aguardar retorno, pois muitas vezes sequer há telefones disponíveis. Em outros casos, o candidato à vaga (ou o contato que o conhece) não pertence à rede de relacionamento do selecionador e este deverá ser convidado, processo que pode se tornar moroso em virtude do tempo de resposta do candidato para inserção na rede versus tempo requerido para fechar o processo de seleção.

Há ainda o caso de candidatos se inscreverem para vagas anunciadas que não têm absolutamente nada a ver com o perfil de competências/habilidades requeridas para o cargo/função, coisa essa que também costuma acontecer com outras ferramentas de seleção de pessoal.

Finalmente, posso dizer, com base em experiência no ramo, que as redes sociais trazem hoje mais vantagens do que desvantagens, podendo servir como uma ferramenta útil no apoio a processos de recrutamento e seleção de empresas e consultorias do ramo.

(*) Fernando Montero da Costa é Diretor de Operações da consultoria de RH Human Brasil (www.humanbrasil.com.br)