Marco Aurélio Garcia chama Valcke de “vagabundo” e azeda as relações com a FIFA

Conversa de quintal – Um governo mostra a sua seriedade a partir da postura e da competência dos assessores de um chefe de Estado. Se depender de Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Dilma Rousseff para assuntos internacionais, o governo brasileiro está em péssima situação. O que não é uma grande novidade.

Ao chegar a Hannover, na Alemanha, onde a presidente Dilma se encontrará com a primeira-ministra Angela Merkel para discutir a crise europeia e suas consequências, Garcia chamou o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, de “vagabundo”, porque o representante da entidade criticou o cronograma das obras para a Copa do Mundo e disse que o Brasil merece um “pontapé no traseiro”.

“O interlocutor (da FIFA) já está riscado. Esse cara é um vagabundo!”, declarou o sempre mal humorado Marco Aurélio Garcia, que só tem loas a ditadores sanguinários de esquerda. Valcke foi deselegante na forma em que formulou suas críticas, é preciso reconhecer, mas não errou ao fazê-las. O governo da presidente Dilma Rousseff não tem dado conta de inúmeras obras previstas no PAC e espalhadas pelo País, algumas das quais relacionadas à competição esportiva. O erro de Valcke não dá ao governo brasileiro o direito de baixar o nível da discussão.

O assessor presidencial disse que durante a viagem a presidente Dilma não tratou do assunto, até porque seria humildade em excesso para quem se alimenta na bacia da soberba. “Imagina! A presidente tem coisas melhores para se irritar do que com os comentários de um boquirroto”, disse Marco Aurélio Garcia. Se o governo brasileiro tinha alguma chance de cobrar da FIFA alguma explicação ou exigir um pedido oficial de desculpas, isso não mais existe.

Garcia, do alto de sua conhecida arrogância, acredita que Jérôme Valcke criou um problema para a FIFA, não para o Brasil. Acontece que não é dessa maneira que entreveros são solucionados, principalmente quando há como pano de fundo um evento esportivo de grandes proporções. Deixar um chanceler genérico falar em nome de um governo ou de uma nação não pode resultar em boa coisa. Se o Brasil perder a Copa do Mundo é preciso saber qum dará a primeira explicação: Marco Aurélio Garcia ou Aldo Rebelo?