Senadores do PR migram para a oposição e movimento deve ser repetido na Câmara dos Deputados

Saindo de cena – No primeiro dia como líder do governo na Câmara dos Deputados, após a saída de Cândido Vaccarezza, o petista Arlindo Chinaglia (SP) percebeu que a tarefa será árdua e viu seu discurso, de que não há crise entra a base aliada e o Palácio do Planalto, ir pelos ares.

Em outro ponto do prédio que abriga o Congresso Nacional, mais precisamente no Senado Federal, senadores do Partido da República cansaram de negociar com o governo da presidente Dilma Rousseff para indicar o ministro dos Transportes, romperam com o Planalto e imediatamente passaram para a oposição. Esse episódio é a primeiro fracasso de Eduardo Braga (PMDB-AM) como líder do governo na Casa.

A crise entre o PR e a presidente Dilma começou com a saída de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, em julho de 2011. Sem dar ouvidos ao partido, a presidente entregou a pasta ao então secretário-executivo Paulo Sérgio Passos, deixando sob a incumbência da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) a negociação com o PR para a indicação de um novo nome da legenda.

Desde então, o líder do PR no Senado, Blairo Maggi (MT), reuniu-se diversas vezes Dilma e Ideli na tentativa de chegar a um acordo, mas a intransigência da presidente e a incompetência da ministra impediram qualquer acordo. “Fui lá [Palácio do Planalto] hoje. Não tinha definição. Eu não quero mais negociar porque o negócio não desenvolve. Então. resolvemos que estamos fora da discussão [senadores do PR] e isso significa que estamos na oposição”, disse Maggi na tarde desta quarta-feira (14).

Na Câmara, o Partido da República conta com 40 deputados e deverá seguir a decisão dos senadores, rompendo com o governo e engrossando a oposição. A debandada do PR acontece um dia após o governo oficializar a troca dos líderes da Câmara e do Senado, motivada pela derrota de Dilma no caso da recondução de Bernardo Figueiredo à diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANNT). Para justifica sua repentina decisão, a presidente alegou ser necessário existir rotatividade na liderança do governo. Desculpa que não convence.