Após garantia fantasiosa, governo recua em relação à venda de bebidas nos estádios da Copa

Não é bem assim – Após prometer aos deputados que a liberação de venda de bebidas alcoólicas seria retirada do texto da Lei Geral da Copa, o Palácio do Planalto recuou para cumprir um acordo firmado com a FIFA, por ocasião do anúncio de que Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014.

Em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (15), o Ministério do Esporte informa que acordo com a FIFA depende do projeto de lei que tramita na Câmara, já aprovado na comissão especial e que contempla a liberação da venda de cerveja nos estádios da Copa.

“Na versão que está sendo analisada pela Câmara, a permissão de venda de bebidas está expressa nos artigos 28, 29 e 67. Portanto, o cumprimento integral das garantias firmadas pelo Brasil com a FIFA para sediar a Copa depende da aprovação do projeto de lei nos termos em que foi apresentado ao plenário esta semana”, informa na nota o ministro Aldo Rebelo.

O entrevero surgiu na quarta-feira (14), no momento em que o governo percebeu que poderia novamente ser derrotado no parlamento. Naquele instante, a ministra Ideli Salvatti, de Relações Institucionais, garantiu aos deputados que o governo não tinha qualquer compromisso dessa natureza com a entidade máxima do futebol. NA sequência, o Planalto foi obrigado a recuar, o que fez com doses de silêncio, por conta do compromisso com a FIFA, firmado em 2007.

A votação da Lei Geral da Copa no plenário da Câmara foi adiada para a próxima semana, em decorrência da rebelião da base aliada e da incompetência de um governo que de acordo com a própria necessidade ignora os compromissos assumidos.

No acordo firmado com a FIFA, o governo brasileiro garante expressamente que “não existem nem existirão restrições legais ou proibições sobre a venda, publicidade ou distribuição de produtos das afiliadas comerciais, inclusive alimentos e bebidas, nos estádios ou em outros locais durante as competições”. Ou seja, os palacianos concordaram em atropelar um acordo apenas e tão somente para manter intacta a imagem vencedora de Dilma Rousseff.

O ucho.info, como sempre, defende a não comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios, como prevê de forma clara o Estatuto do Torcedor, mas mantém a coerência a entender que acordos existem para ser cumpridos. Algo raro na seara política do Partido dos Trabalhadores.