Escândalo em hospitais ressuscita CPI da Corrupção, mas PT palaciano deve trabalhar contra

Hora da verdade – Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR) quer tirar da gaveta a CPI da Corrupção após a denúncia de que empresas pagam propina para obter contratos com hospitais públicos, em operação criminosa que desvia dos cofres oficiais pelo menos R$ 250 milhões a cada ano. O líder tucano disse que a CPI não é da oposição, mas do povo brasileiro, e apartidária, uma vez que a saúde pública é de responsabilidade da União, dos estados e dos municípios.

Se a CPI ficar restrita ao Senado, o número mínimo de assinaturas (27) está próximo de ser alcançado, já que 25 senadores já assinaram o requerimento. Com a chegada do Partido da República no bloco de oposição, a CPI da Corrupção terá caminho livre ao menos para ser criada.

No caso de o Partido dos Trabalhadores criar obstáculos para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, sob a alegação de que o governo federal já tomou providências para esclarecer o assunto, ficará claro que a entrada da Polícia Federal no imbróglio servirá para fazer com que o escândalo caia na vala do esquecimento. Situação idêntica ocorreu por ocasião da CPI das Ongs, criada pro sugestão do então senador Heráclito Fortes (DEM-PI), mas que deu em nada depois que o governo indiciou o pernambucano Inácio Arruda (PCdoB) como relator.

O mais novo episódio criminoso envolvendo a saúde pública mostra que Luiz Inácio da Silva faltou coma verdade, em meados de 2006, quando disse que o setor estava a um passo da perfeição. Se assalto contínuo aos cofres públicos é sinônimo de perfeição, Lula estava coberto de razão.