Marta Suplicy destaca em artigo falsa e tardia preocupação com o endividamento dos brasileiros

Dourando a pílula Quando Luiz Inácio da Silva, no final de 2008, ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a manutenção do consumo em níveis elevados como forma de minimizar os efeitos da crise que teve o “subprime” norte-americano como nascedouro, o ucho.info alertou para o perigo do endividamento recorde das famílias e o aumento da inadimplência. Durante esses três anos e alguns meses, muitos foram os aduladores de Lula que festejaram a chegada de quase 40 milhões de consumidores à classe média, o que se deu não pela geração de riqueza, mas, sim, pela concessão irresponsável do chamado crédito fácil.

Com a dura realidade escancarada na vitrine do cotidiano, os que incensaram o ex-metalúrgico por causa do consumismo agora se mostram preocupados com o endividamento dos cidadãos, como se isso fosse suficiente para reparar o estrago feito por alguém que sempre fez do populismo a sua fonte de sobrevivência. Entre esses supostos preocupados está a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que em artigo publicado na edição do último sábado (17) do jornal “Folha de S. Paulo” classifica o consumismo repentino como “a necessidade de extravasar um desejo reprimido durante décadas”.

Fraco e no melhor estilo missa encomendada, o artigo da senadora petista não passa de uma mambembe maquiagem da verdade, que busca atenuar a culpa do governo do ufanista Lula da Silva e facilitar a assimilação da tese defendida por Dilma Rousseff, que aposta suas fichas no consumo interno para reduzir os efeitos da crise europeia no País. O desejo reprimido de consumo poderia muito bem continuar como antes, pois sua existência é menos maléfica do que a sensação de perder o que se comprou a reboque de um governo irresponsável.

A inadimplência disparou de maneira assustadora porque a concessão de crédito, imposição do governo Lula, se deu a despeito do pífio crescimento da média salarial nacional. Ou seja, embalado pela oferta de crédito o brasileiro comprou muito além da sua capacidade de pagamento. Por conta disso, no afã de preservar os bens conquistados, o cidadão passou a cortar despesas em setores vitais, como o da alimentação.

Em seu texto a senadora petista destaca as ações do Senado para atualizar o Código de Defesa do Consumidor, quando na verdade os parlamentares deveriam abandonar a genuflexão diante do Palácio do Planalto e exigir do governo doses mínimas de desenvolvimento, algo que foi prometido nas duas edições do Programa de Aceleração do Crescimento, mas até agora não se transformou em realidade.