Depoimento de Paulo Coelho ao “Fantástico” é absurdo e deve ser considerado incentivo ao uso de drogas

Domingo insano – A semana começou a reboque das fraudes em contratos com hospitais públicos, denunciadas pelo dominical “Fantástico”, assunto suficiente para incendiar os partidos de oposição no Congresso Nacional. Se a corrupção denunciada pelo folhetim eletrônico da Rede Globo levou os brasileiros à costumeira indignação, sem qualquer reação subsequente, um assunto grave passou despercebido do público durante a exibição do programa que é considerado o epílogo do domingo para milhões de brasileiros.

Na reportagem sobre o documentário “Raul: O Início, o Fim e o Meio”, que estreia na sexta-feira (23), a emissora carioca entrevistou o escritor Paulo Coelho, que estranhamente nunca mais voltou ao Brasil e agora mora na Suíça. Em tom de galhofa, Coelho disse ser ele o responsável por ter apresentado Raul Seixas ao mundo das drogas. “Eu efetivamente apresentei as drogas ao Raul, mas hoje olho para trás e não me culpo. Você tem que saber a hora de entrar e de sair”, disse o escritor.

Afirmar que quem opta pelo caminho das drogas sabe o momento de entrar e sair é um monumental disparate, pois é sabido que se trata de um caminho sem volta. Há ao redor do planeta um sem fim de casos capazes de desmontar essa tese absurda de Paulo Coelho, que continua se jacta dos excessos cometidos na juventude. O escritor pode dar à própria o destino que quiser, mas uma afirmação como a exibida no “Fantástico” serve apenas e tão somente para incentivar o ingresso de incautos em universo tão obscuro. Em um país minimamente sério, tal declaração seria considerada alusão ao consumo de drogas.