Marcada com antecedência através de redes sociais, a briga, que envolveu quase duas mil pessoas, terminou com a morte de um torcedor, ferimento em outro e apenas sete prisões. Um balanço pífio em termos de prisões, se considerado o fato de a Polícia Militar paulista ser a maior do País em termos de integrantes e a mais preparada. Policiais que faziam a escolta dos torcedores do Palmeiras alegaram que em dado momento recuar e contemplar a violenta briga foi o que restou à corporação, que no evento contou com o apoio de helicópteros da PM.
De olho nas eleições, autoridades são contra jogos de futebol com apenas uma torcida, mas trata-se da última tentativa para evitar que tragédias ocorram na órbita de eventos esportivos. O banimento das torcidas organizadas é outra decisão que deve ser tomada com urgência pelo Estado, sob pena de novas vítimas surgirem com o passar do tempo. Sempre protegidas pela diretoria dos principais clubes de futebol do País, as torcidas organizadas servem de escudo oficial para criminosos dos mais variados calibres.
O ato de selvageria que marcou as horas que antecederam a partida entre Palmeiras e Corinthians foi, segundo as autoridades, resposta a um entrevero semelhante ocorrido em 2011, quando um torcedor do alvinegro paulistano foi morto e atirado no Rio Tietê. Se a Secretaria de Segurança Pública sabe o motivo do confronto, o episódio poderia ser evitado se o governo paulista tivesse se valido de algo que é conhecido como inteligência policial. De nada adianta anunciar que a partir de agora uma delegacia especializada assumirá as investigações para descobrir se o duelo foi marcado pela rede mundial de computadores, o que já foi confirmado por diversos participantes do episódio.
Copa do Mundo
Em relação aos estádios que receberão partidas do Mundial de 2014, as autoridades precisam se antecipar nas questões de segurança, pois um evento dessa magnitude não será alvo apenas das diferenças que separam as torcidas, mas também poderão ser alvo de ações terroristas planejadas com muita antecedência e precisão. A preocupação com a segurança deveria existir desde o assentamento do primeiro tijolo de cada estádio, mas no Brasil coloca-se a tranca na porta depois da casa arrombada. Essa história tem todos os ingredientes para não acabar bem.
