Pesquisa que coloca Dilma nas alturas e aponta Lula como favorito em 2014 é uma piada de mau gosto

Uma vergonha! – No Estado democrático de direito a iniciativa privada tem a liberdade de atuar, desde isso aconteça com responsabilidade e não se transforme em um atentado contra a democracia e a cidadania.

Institutos de pesquisa integram a iniciativa privada, mas não podem em momento algum manipular a opinião pública, por mais que seus contratantes exijam esse tipo de conduta. Não se tem notícia de que alguém, em toda a história da humanidade, tenha matado a galinha dos ovos de ouro, mas entre auferir lucro e se curvar aos interesses do cliente há uma enorme diferença.

A última pesquisa Datafolha, que apontou a aprovação do governo de Dilma Rousseff na casa dos 64%, é no mínimo um acinte. Primeiro porque um governo que desde a sua estreia passa a maior parte do tempo abafando escândalos de corrupção não pode ser bem avaliado. E se essa aprovação de fato existe é porque as esmolas sociais continuam mostrando eficácia na formação de currais eleitorais pelo Brasil afora.

Outro detalhe que coloca em xeque a pesquisa é o contingente de entrevistados. Em um universo de quase 200 milhões de brasileiros, entrevistar pouco mais de duas mil pessoas é querer que dúvidas surjam aqui e acolá. É verdade que pesquisas de opinião resultam de amostragens, mas não se pode confiar no resultado de algo tão ufanista.

O disparate maior ficou por conta de uma pergunta que nenhuma relação tinha com o escopo da pesquisa. Os entrevistados se depararam com uma pergunta sobre em quem votariam em 2014: em Dilma ou em Lula. Como a sucessão presidencial está longe de acontecer, essa manobra chicaneira, que encontra respaldo pífio e vergonhoso na estatística, serve apenas para garantir ao Partido dos Trabalhadores a implantação no País de uma ditadura civil, nos moldes da que tem levado a Venezuela à ruína econômica e social.

O mais trágico nessa missa encomendada é que jornalistas e veículos de comunicação bem remunerados com o dinheiro oficial reverberam os resultados de uma pesquisa que em qualquer lugar do planeta seria objeto de piadas e galhofas. Como disse certa feita o messiânico Luiz Inácio da Silva, “nunca antes na história deste país”.