No país de todos sobra dinheiro para a Copa, mas jovem está sem medicamento para recuperar a visão

Fim do caminho – Quando a FIFA, em outubro de 2007, anunciou que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o ucho.info de pronto afirmou que o País não tinha e ainda não tem condições para abrigar um avento de tamanha magnitude e complexidade. Embalado pelo ufanismo que tomou conta dos brasileiros, o então presidente Luiz Inácio da Silva afirmou que os críticos torciam contra o Brasil. Não se trata de torcer contra o País, mas de manter a coerência diante de fatos absolutamente incontestáveis.

O Brasil não apenas tem sérios problemas estruturais, como deve à sociedade investimentos em áreas prioritárias, como saúde, educação, segurança, entre outras. O ano de 2006 estava em seus meados quando Lula, à porta da campanha pela reeleição, disse que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Os brasileiros conscientes não se deixaram levar por aquela bravata, pois contra fatos não há argumentos.

Para provar que aquela declaração de Lula foi meramente eleitoreira, uma jovem de 19 anos, que corre o risco de ficar cega, tenta há sete meses um tratamento na rede pública de saúde no Rio de Janeiro. A família de Rafaela Amaral procurou vários hospitais, entre ele o Hospital do Fundão e o Hospital Federal da Lagoa, ambos federais, mas até agora não recebeu o medicamento necessário para o tratamento.

A família procurou vários hospitais, entre eles, o Hospital Clementino Fraga Filho (Fundão) e o Hospital da Lagoa, ambos federais. No Hospital da Lagoa, exames apontaram para uma suspeita de trombofilia, disposição para formação coágulos, situação que pode ter sido ocasionada por um derrame próximo ao nervo ótico. Contudo, a jovem até agora não recebeu o medicamento necessário para o tratamento.

A hematologista do Hospital da Lagoa informou aos familiares que a confirmação do diagnóstico dependeria de dezesseis novos exames, os quais não podem ser feitos na unidade médica e custam perto de R$ 20 mil. Mesmo com os resultados dos tais exames em mãos, a jovem Rafaela não teria acesso ao tratamento, pois os medicamentos necessários são fornecidos somente aos pacientes internados.

Indignado, o pai da jovem, Wilson Amaral, desabafou: “O hospital dispõe do tratamento, mas eles selecionam, só para o caso de internados. Eles não liberam o tratamento para o ambulatório. Perguntei à doutora por que não internamos ela. E ela disse que o caso da Rafaela é grave, é urgente, mas não é caso de internação. É caso de tratamento”.

Que Lula mentiu ao falar sobre a suposta excelência da saúde pública brasileira todos sabem, mas é preciso saber o que é mais importante ao País: a reforma de um estádio para a Copa do Mundo ou um medicamento para resgatar a visão de Rafaela Amaral? Com a palavra, o messiânico Lula e sua sucessora Dilma!