Olho da rua – Quando afastou o goleiro Júlio César após a derrota do Corinthians para a Ponte Preta, o que eliminou o Timão do Campeonato Paulista, a diretoria do clube alegou que o objetivo da medida era preservar o jogador, que poderia ser cobrado pela torcida por causa dos erros. Qualquer atleta é passível de cometer erros, mas um goleiro paga preço muito caro quando algo acontece fora do script, ainda mais no caso de uma eliminação.
O discurso dos cartolas corintianos quando um dirigente do clube passou a ressuscitar os erros cometidos por Júlio César. Mesmo assim, o goleiro seguiu com a equipe para o Equador, onde o alvinegro paulistano enfrentou o Emelec pela Copa Libertadores da América.
O ápice da deslealdade do Corinthians com o goleiro veio com o anúncio de que o clube pode incluir Júlio César em uma negociação. O Corinthians está interessado no volante Guilherme, da Associação Portuguesa de Desportos, e quer convencer a diretoria da Lusa a aceitar Júlio César como moeda de troca.
Na reunião da qual participaram dirigentes dos dois clubes e representantes de Guilherme, o Corinthians se mostrou interessado em adquirir 35% dos direitos federativos do volante da Lusa. A equipe do Canindé ficaria com outros 35%, o que garantiria lucro em eventual transação futura. Outros 25% pertencem ao empresário Eduardo Maluf e 5% a Marco Fialdini, antigo agente do atleta.
Para garantir a transação, o alvinegro reforçou a proposta colocando à disposição outros atletas que estavam fora dos planos iniciais. A Portuguesa receberia em caráter definitivo o zagueiro Renato ou o meio-campista Boquita (emprestados pelo Corinthians até o fim de maio), além de poder escolher outros dois jogadores em regime de empréstimo, até o fim do Campeonato Brasileiro.