Inflação dispara em abril e deixa o governo de Dilma Rousseff em situação de extrema dificuldade

Canoa furada – Principal item do amaldiçoado espólio de Luiz Inácio da Silva, a inflação continua derrubando o discurso fácil e embusteiro dos palacianos, que tentam provar ao mundo que no Brasil tudo está maravilhoso. Quem enfrenta o cotidiano sabe que a realidade é diferente e complexa.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País usada como referência para as metas do governo, acelerou de 0,21% em março para 0,64% em abril. Trata-se do maior índice mensal desde abril de 2011, IPCA ficou em 0,77%. No ano, a inflação acumula alta de 1,87% e, em doze meses, de 5,10%.

Uma das justificativas para a alta da inflação está nas chamadas despesas pessoais. Considerando a veracidade dessa vilania, Dilma e seus ministros da área econômica precisam explicar como um trabalhador brasileiro que recebe um salário mínimo consegue sobreviver. De acordo com o mesmo IBGE, um terço da população recebe mensalmente um salário mínimo, atualmente fixado em espetaculares R$ 622. O cenário torna-se ainda pior quando levamos em conta o fato de que, segundo o mesmo instituto, 72% da população economicamente ativa recebem no máximo dois salários mínimos.

A política econômica adotada pelo governo do PT há muito vem dando mostras que a bolha de virtuosismo lançada por Lula, o que lhe rendeu elevados e mentirosos índices de aprovação, começa a estourar, cujos efeitos recairão sobre os incautos trabalhadores que apostaram seus ganhos no consumismo.

Diferentemente do que ocorreu logo após a transição da era FHC para a de Lula da Silva, quando petistas falavam incansavelmente em herança maldita, nenhum companheiro se teve doses mínimas de coerência para criticar os rumos escolhidos pelo ex-metalúrgico, que continua mandando no partido como se estivesse no quintal de casa.

Os números divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (9) colocam sob suspeita a retratação pública feita pela Febraban, cujo economista-chefe criticou na última segunda-feira as medidas de incentivo ao crédito adotadas pelo governo, o que deixou a neopetista Dilma descontrolada. Fora isso, a resistência da inflação coloca por terra os slogans dos governos de Lula e Dilma e os programas de erradicação da pobreza e distribuição de renda.

Contudo, causa estranheza o Palácio do Planalto apostar suas fichas no consumo interno como forma de minimizar os efeitos da crise econômica que sacode a União Europeia. Esse cenário também inviabiliza tecnicamente o plano do governo de pressionar as instituições financeiras para a redução das taxas de juro ao consumidor, movimento que tinha com explicação a queda da Selic no vácuo do recuo da inflação.