Operação Vegas parou inexplicavelmente, protesta o democrata Onyx Lorenzoni

Parada estranha – O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou, na terça-feira (8), que o delegado Raul Alexandre Marques de Souza, da Polícia Federal, deu recados importantes em seu depoimento à CPMI do caso Cachoeira. O mais grave dele, na visão de Lorenzoni, foi a paralisação da operação Vegas mesmo diante de documentos consistentes. “A operação Vegas levanta praticamente as mesmas coisas que a Monte Carlo, só que ela para inexplicavelmente. E só vai recomeçar dois anos depois. A Vegas levanta uma bomba atômica pelos dados que hoje nós conhecemos pela Monte Carlo e depois trava. Por que, ninguém sabe”, disse o parlamentar integrante do Democratas da bancada da Câmara na comissão.

Conforme o deputado, o delegado, o primeiro a ser ouvido na CPMI, deixa nas “entrelinhas” que ele não compreende porque a operação Vegas não foi levada adiante, já que o inquérito foi entregue a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio e não houve prosseguimento e nem arquivamento do caso. “Eu já participei de nove CPIs e esse foi o depoimento mais fraco, entendi no início. Mas não, foi por inteligência e astúcia e ele deu seus recados”, assegurou. Onyx Lorenzoni vai propor que o diretor-geral da Polícia Federal venha depor na CPMI para explicar como foram conduzidas as operações Vegas e Monte Carlo e quem deu a ordem para o início dos casos.

O parlamentar também lançou a desconfiança de que a maior parte dos autos da operação Vegas não está em posse da CPMI. “Fala-se muito desse material da Vegas, mas não se tem acesso. A peça da justiça tem uma pequena parte da Vegas e o resto é tudo Monte Carlo. Os autos todos são de 2011 para cá. Há apenas duas ou três menções de 2009”, relata Lorenzoni. Ele vai sugerir que o delegado Raul Alexandre verifique se, de fato, todos os autos da Vegas estão no Congresso.

Sigilo

Lorenzoni voltou a defender a suspensão do sigilo ao acesso dos documentos das operações Vegas e Monte Carlo. Segundo ele, existe um movimento de integrantes da CPMI para isso seja efetivado junto ao Supremo Federal e, inclusive, fala em impetrar um mandato de segurança, caso não seja possível resolver a situação no universo da comissão. “O sigilo foi construído para proteger o bem e não para proteger o mal. A sociedade brasileira tem o direito de saber tudo o que está acontecendo. Nesse caso está protegendo os mal-feitores, a bandidagem. Ao contrário, a corrupção no Brasil só vai acabar quando a luz chegar onde tem trevas”, finalizou.