Caminho inverso – Com o dólar acima de R$ 2, os brasileiros decidiram reduzir os gastos no exterior. Em abril, tais gastos somaram US$ 1,8 bilhão, o que representa queda de 7,6% em comparação com o mesmo período de 2011. Seguindo um raciocínio lógico, essa volatilidade provocaria a redução do número de operações das corretoras de câmbio. Porém, não é o que tem ocorrido, como afirma o gerente de câmbio simplificado da TOV, Fernando Bergallo. “O que está ocorrendo agora é a operação inversa. Quem possuía recursos fora do país está aproveitando a alta para trazer este dinheiro de volta e realizar o lucro”, afirma.
Como exemplo é possível citar a crise norte-americana, que fez com que o preço dos imóveis dos EUA despencassem. Tal cenário, somado à desvalorização do dólar em relação ao real, fez com que nos últimos três anos muitos brasileiros comprassem imóveis nos Estados Unidos, principalmente no estado da Flórida. Algumas pessoas compraram apenas como investimento e nesse período o valor dos imóveis voltou a subir. Com a valorização da moeda norte-americana, muitos dos que compraram imóveis na Terra do Tio Sam passaram a vender seus ativos para realizar lucro.
Além disso, há investidores que simplesmente deixam o dinheiro em contas no exterior ou investem no mercado ianque de ações. Essas pessoas também comecam a resgatar os investimento. Na TOV, uma das maiores corrretoras de câmbio do País, o volume de transferência de patrimônio (denominação dada pelo Banco Central), ou seja, pessoas que trazem de volta para o país recursos do exterior, está superior à queda das operações de envio de remessas do Brasil para os EUA. “Enquanto nossas operação de câmbio do Brasil para os Estados Unidos tiveram queda de 20% no mês de maio, as operações de resgate cresceram quase 30%. Este é um dos lados positivos da alta da moeda americana”, finaliza Bergallo.