Boca fechada – A incursão do atabalhoado Luiz Inácio da Silva para intimidar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e tentar adiar o julgamento do caso que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”, o maior escândalo de corrupção da história política do País, acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto.
Depois da declaração do ministro Celso de Mello, decano do STF, de que a atitude de Lula seria passível de um pedido de impeachment caso o petista estivesse na Presidência, levou a presidente Dilma Vana Rousseff a proibir seus assessores de fazerem qualquer comentário sobre o caso. O silêncio obsequioso que impera nos corredores palacianos não traduz o desejo partidário de Dilma, mas, como garante a sabedoria popular, prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Com isso, Dilma não apenas deixará de fazer comentários sobre o caso que já chegou às raias da Justiça, como deixará de encontrar o antecessor, uma vez que Lula covardemente preferiu se recolher como forma de não alimentar a repercussão do caso, que na opinião de alguns “companheiros” foi um irresponsável tiro que saiu pela culatra.
A estratégia que agora vale no PT é tentar, na medida do possível e com o devido cuidado, tentar desacreditar o ministro Gilmar Mendes às vésperas do julgamento do mensalão. Muitos foram os petistas que saíram em defesa do ex-metalúrgico, alegando que como o encontro foi a três, preferem acreditar na versão da maioria – Lula e Nelson Jobim – que negam o teor da reportagem da revista Veja, que teve como base declarações do ministro do STF.
Acontece que Jobim está isolado no PMDB e busca a qualquer custo espaço político com as bênçãos de Lula da Silva. Fato é que Gilmar Mendes não inventaria um enredo com tantos detalhes, pois fosse essa a sua aptidão o melhor seria abandonar a toga e escrever novelas. Resumo da ópera: Lula se deu muito mal e agora quer reverter o quadro posando como inocente injustiçado.