Decisão de ministra do STF de manter a quebra dos sigilos da Delta complica o governador do Rio

Olho do furacão – A ministra Rosa Maria Weber, do Supremo Tribunal Federal, negou o pedido de liminar da Delta Construção para que os sigilos fiscal, bancário e telefônico não fosse quebrado em âmbito nacional, a partir de decisão da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar as relações com políticos, autoridades e empresários do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Com a decisão da ministra do Supremo, os integrantes da CPI do Cachoeira terão acesso aos dados da empresa no período de janeiro de 2002 a março de 2012, o que pode elucidar uma série de dúvidas, uma vez que a Delta foi acusada pela Polícia Federal de abastecer financeiramente algumas empresas ligadas ao esquema criminoso do contraventor goiano, preso no último dia 29 de fevereiro na esteira da Operação Monte Carlo.

Empreiteira que mais cresceu na era Lula da Silva e detentora do maior número de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta até o escândalo Cachoeira atuava fortemente no Rio de Janeiro, cujo governador, Sérgio Cabral Filho (PMDB), foi fotografado em festas nababescas promovidas pelo empresário Fernando Cavendish, dono da empresa, em cidades badaladas da Europa. A quebra do sigilo da empreiteira coloca Cabral Filho no olho do furacão da CPI, onde contou com a blindagem do seu partido e de parte do PT.

Recentemente, quando perguntado sobre a decisão da Comissão de quebrar os sigilos da Delta em âmbito nacional, o governador fluminense se irritou e respondeu às demandas dos jornalistas com desconforto e irritação.