Cientes do pedido da Procuradoria para investigá-los, Agnelo e Perillo oferecem sigilos à CPI

(Foto: Wilson Dias - ABr)
Pegando carona – Sob aplausos dos companheiros de partido e de integrantes da base governista, o petista Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, ofereceu à CPI do Cachoeira os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. A decisão foi comemorada de forma efusiva, o que obrigou o também governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, a repetir o gesto, negado em seu depoimento à Comissão na terça-feira (12).

Ofertar à CPI os sigilos foi uma estratégia de marketing acertada previamente entre Agnelo Queiroz e o Partido dos Trabalhadores, que com a ação intentava minimizar os efeitos positivos do depoimento de Marconi Perillo, o que não significa que o governador goiano tenha sido plenamente convincente. Eloquente, Perillo se preparou com muita antecedência e não refutou qualquer pergunta, mesmo que fazendo uso de respostas com conteúdo genérico e repetitivo.

Logo no início do seu depoimento, Agnelo Queiroz recebeu a informação de que o ministro César Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça, autorizou a quebra dos sigilos do governo do DF, que responde a processo relacionado ao período em que era ministro do Esporte. O período da quebra dos sigilos determinada pelo STJ vai até 2010, ano em que Agnelo foi eleito governador.

Diante da decisão do ministro Asfor Rocha, o PT e a assessoria de Agnelo Queiroz entenderam que melhor seria capitalizar politicamente com a oferta feita à CPI., Até porque, a quebra dos sigilos seria autorizada de qualquer maneira, pois a Procuradoria Geral da República protocolou no STJ, na tarde desta quarta-feira, pedido para a abertura de inquérito para investigar os governadores de Goiás e do Distrito Federal.

Se Agnelo Queiroz se valeu da informação para impressionar na CPI, o governador Marconi Perillo não ficou atrás e nem deixou por menos. Na sequência solicitou ao líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), que informasse à direção da Comissão que também colocava à disposição seus sigilos. Acontece que esse tipo de decisão precisa ser referendada pelo plenário da Comissão, independentemente de documento autorizando tal prática. Em outras palavras, Agnelo e Perillo se anteciparam e posaram de bons moços.