Acusado de envolvimento na “Máfia dos Sanguessugas” pede a cassação de Demóstenes Torres

Posando de bom moço – Ater-se aos assuntos pertinentes às acusações contra Demóstenes Torres (sem partido – GO) foi pouco para o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo contra o parlamentar goiano que tramitou no Conselho de Ética do Senado. Candidato imposto pelo ex-presidente Lula para disputar a prefeitura de Recife, Humberto Costa exagerou em temas desconexos no relatório que culminou com o pedido de cassação do mandato de Demóstenes.

Tudo muito natural, pois até outubro próximo o senador petista precisará de vitrine política, além de tentar que o escândalo conhecido como “Máfia dos Sanguessugas” seja ressuscitado. Ou seja, Humberto Costa precisa mostrar aos eleitores da capital pernambucana aquilo que não existe.

Em seu parecer, Humberto Costa destacou que Demóstenes quebrou o decoro parlamentar ao negar envolvimento com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e alegar desconhecimento em relação às atividades ilegais do principal investigado na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Ao fingir que desconhecia as atividades de Cachoeira, o senador goiano tentou passar aos seus pares e à opinião pública uma ingenuidade que não cabe no universo político. Na verdade, dezenas de milhões de brasileiros já sabiam das atividades de Carlinhos Cachoeira, que ao lado de Waldomiro Diniz protagonizou o primeiro escândalo de corrupção da era Lula da Silva, governo do qual o relator Humberto Costa fez parte na condição de ministro da Saúde.

Não se trata de defender o senador Demóstenes Torres, mas de cobrar isonomia no tratamento dos culpados e não permitir que esses rapapés discursivos apaguem fatos da história política nacional, cujo período mais corrupto ficou a cargo do messiânico Luiz Inácio da Silva.