Violência: histriônico procurador federal deveria se preocupar também com outros estados

Missa encomendada – A insegurança pública que domina as principais cidades brasileiras precisa ser revertida, sob pena de o Brasil se transformar na versão continental de um faroeste a céu aberto. A sensação de impunidade, que ganhou força na era Lula, e a ousadia dos criminosos têm colocado os brasileiros de bem sob tensão. Algo precisa ser feito com urgência e de forma implacável, pois não há mais como conviver com a multiplicidade de ações dos bandidos, que já não se intimidam com a presença de policiais.

O assunto ganhou as manchetes dos últimos dias com a queda de braços entre a cúpula do governo paulista, liderada por Geraldo Alckmin, e o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, que prometeu ingressar com ação pedindo a troca do comando da Polícia Militar de São Paulo. Viciado em holofotes, o procurador encontrou uma forma de voltar à cena depois de cumprir afastamento de noventa dias, punição que lhe foi imposta pelo Conselho Nacional do Ministério Público, que classificou como falta grave o fato de Magnani ter repassado à imprensa dados sigilosos de uma investigação que estava em curso.

Falta de segurança pública é algo uno e incontestável, cujas consequências podem ser consideradas mais ou menos graves. Conviver com esse tipo de situação há muito ultrapassou a barreira do impossível, mas em outros estados, que não São Paulo, a situação é pior e mais grave. Mesmo assim, o Ministério Público Federal não interferiu no assunto e muito menos pediu o afastamento de autoridades além do território paulista. As declarações pirotécnicas de Matheus Baraldi Magnani acontecem no momento em que partidos políticos disputam o comando de importantes cidades do País e serve para beneficiar os que estão em desvantagem na corrida eleitoral. É o caso da capital paulista, onde o “lulodependente” Fernando Haddad permanece empacado na rabeira das pesquisas de intenção de voto. E qualquer ataque aos tucanos, nesse momento, é sempre bem recebido pelos petistas.

O Ministério Público Federal, por exemplo, não pediu o afastamento de autoridades do governo do Rio de Janeiro, onde o crime organizado disputa espaço com o Executivo e muitas vezes leva vantagem. A omissão do MPF no Rio de Janeiro se deve ao fato de o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) ser um aliado de primeira hora do Palácio do Planalto. Com o projeto de poder totalitarista que está em marcha desde 2003, qualquer adulação aos governantes, mesmo que interesseira, é bem vista por aqueles que estão no comando da nação.

Alagoas é um dos estados mais violentos do País, com impressionantes 59,9 homicídios para cada cem mil habitantes. Nesse caso, o MPF se rende ao silêncio obsequioso porque o estado está na região mais beneficiada pelos programas sociais criados no governo Lula e mantidos no de Dilma Rousseff. No Nordeste, onde a escalada do crime é impressionante, 46% das famílias recebem o benefício do Bolsa Família. E qualquer ação requisitando a destituição de autoridades seria reconhecer o fracasso do programa federal de distribuição de renda. Fora isso, merece destaque o fato de que, ainda na era Lula, o Palácio do Planalto lançou, com a conhecida pompa, o Pronasci, programa de segurança pública com cidadania, defendido à exaustão no Congresso Nacional pela atual ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

Tudo o que acontece em São Paulo reverbera com mais intensidade por se tratar da mais rica e importante unidade da federação. Em qualquer parte do planeta sabe-se que a concentração de riqueza divide espaço com a ação de criminosos. O procurador Matheus Baraldi Magnani deveria exigir a demissão de muitos integrantes do governo federal, que por questões ideológicas preferem fechar os olhos para o quase ininterrupto tráfico de drogas que ocorre nas extensas fronteiras com países conhecidos mundialmente como produtores de entorpecentes. O governo federal, como anunciado pelo ucho.info, só não age com mais rigor porque às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) restou o tráfico de drogas como fonte de sobrevivência. As Farc, como é de conhecimento público, faz parte do Foro de São Paulo e ações contra que prejudiquem qualquer integrantes do grupo esquerdista é descartada, sob as ordens expressas do governo sanguinário de Havana.