Um dos mais caros advogados do País, Alberto Toron diz que João Paulo Cunha tem origem humilde

Fio trocado – Candidato à presidência da seção paulista da OAB, o advogado Alberto Zacharias Toron integra o grupo dos mais requisitados e bem pagos criminalistas do País. Com a incumbência de defender o deputado federal João Paulo Cunha, acusado de envolvimento no escândalo do Mensalão do PT, Toron ocupou a tribuna do Supremo Tribunal Federal na tarde desta quarta-feira (8) para repetir os antecessores e afirmar que seu cliente é inocente.

Tecendo loas aos magistrados e citando renomados juristas brasileiros, Alberto Zacharias Toron afirmou que João Paulo é uma figura “lateral” e sequer é considerado pelo Ministério Público Federal como membro da quadrilha do Mensalão do PT. João Paulo Cunha responde pelos crimes de peculato (uso de bem público em proveito próprio em função do cargo), corrupção e lavagem de dinheiro.

João Paulo foi acusado de receber R$ 50 mil do esquema operado por Marcos Valério para beneficiar a agência SMP&B, de propriedade do publicitário mineiro. À época, o dinheiro foi sacado na boca do caixa de uma agência do Banco Rural, em Brasília, pela mulher do parlamentar, Márcia Milanésia da Cunha. De chofre o petista negou a acusação, mas posteriormente, diante das evidências, foi obrigado a reconhecer ter recebido os R$ 50 mil, dinheiro, que segundo ele, foi usado em pesquisas eleitorais.

O advogado rechaçou as acusações formuladas pelo procurador-geral da Repúblcia, Roberto Gurgel. “A ideia é exatamente fantasmagórica. Ela [mulher de João Paulo Cunha] se identificou. A denúncia é fantasmagórica. Não há, em hipótese alguma, lavagem de dinheiro”, afirmou o advogado.

Na sustentação oral, Alberto Toron cometeu um erro que pode comprometer o deputado petista. Ao defender e exaltar a lisura do seu cliente, o criminalista afirmou com ênfase que João Paulo Cunha é um homem de origem humilde. Ao que se sabe, o ex-presidente da Câmara dos Deputados fez da política, pelo menos em tese, a sua única fonte de renda. E não será com o salário de deputado federal que João Paulo Cunha pagará os honorários de um dos mais caros criminalistas do País. Se Toron não estiver fazendo algum tipo de caridade, é porque algo muito mal explicado existe nessa história.