Para espantar a crise o SPFC não precisa de técnico novo, mas de jogadores bons e diretoria competente

Visão obtusa – Há muito sem conquistar um título, o São Paulo Futebol Clube parece viver uma crise que a diretoria prefere fingir que não existe. Após trocar pelo menos meia dúzia de vezes de treinador, o tricolor paulista anunciou o nome de Ney Franco como a solução para o onze do Morumbi.

Sem engrenar no Campeonato Brasileiro, o SPFC, na noite de quarta-feira (15), perdeu por três gols a zero para o Náutico, no Estádio dos Aflitos, no Recife. Contratado para substituir Emerson Leão, demitido pela diretoria, Ney Franco ainda não conseguiu espantar a crise que se instalou no clube.

Como sempre acontece quando uma equipe fracassa em algum certame, a saída encontrada pelos cartolas é sempre a mais simples: a demissão do treinador. E essa cena tem se repetido com frequência no SPFC. O mais estranho é que os jogadores que Ney Franco tem à disposição são os mesmos do tempo em que Emerson Leão era o treinador. E os resultados obtidos pela equipe sob o comando de Leão são melhores do que os atuais.

Não se trata de colocar em xeque a competência de Ney Franco, mas de questionar a qualidade do elenco são-paulino, que tem apenas três jogadores de talento: Rogério Ceni, Luís Fabiano e Lucas. Ou seja, o problema do São Paulo começa no momento da contratação.

O maior problema do SPFC não está na equipe técnica, mas, sim, na diretoria. Sob o comando de Juvenal Juvêncio, o clube tem enfrentado dificuldades no departamento de futebol. Quando Juvenal Juvêncio e seus aduladores perceberem que o tempo se esgotou, quem sabe o São Paulo volte a vencer. Do contrário será uma caixinha de surpresas, quiçá não seja uma caixa de Pandora.