Ex-presidente do PT, Genoino afirma que petistas são “reféns do ódio” da imprensa no caso do mensalão

Choro de ocasião – Réu no processo do Mensalão do PT e presidente da legenda à época do maior escândalo de corrupção do País, o ex-deputado José Genoino repete alguns dos seus companheiros e apela ao dramalhão na semana em que o Supremo Tribunal Federal começa a julgar o capítulo de corrupção ativa da Ação Penal 470.

A alguns diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Genoino disse que o “ódio” coloca a imprensa contra os réus do mensalão. “É uma tortura de outro tipo. Somos reféns do ódio”, disse Genoino, que garantiu estar enfrentando o momento com “firmeza e serenidade” e que continuará lutando por seus ideais independentemente do resultado do julgamento. “A única coisa que eu tenho na vida é lutar”, declarou o petista.

Tais declarações foram ouvidas por sindicalistas que foram à casa de José Genoino e publicadas no site da entidade na segunda-feira (1).

Defender-se é um direito de qualquer cidadão e, como tal, Genoino deve fazê-lo até o último instante, desde que mantida a coerência e a verdade dos fatos. O ex-deputado petista pode até não ter qualquer envolvimento com o escândalo do Mensalão do PT, como alega seu advogado, mas, como presidente de um dos mais importantes partidos políticos, deveria pelo menos ter estranhado a repentina e inusitada facilidade com que as matérias de interesse do governo Lula foram aprovadas no Congresso Nacional.

De igual modo, Genoino deveria ter estranhado o comportamento do companheiro João Paulo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e agora já condenado pelo Supremo Tribunal Federal.

Como na vida não há coincidências e na política inexistem inocentes, José Genoino terá de se contentar com a decisão da mais alta Corte da Justiça brasileira. O mais interessante é que enquanto o esquema criminoso rodava sem problema algum a soberba petista grassava no País. Agora que o castelo ruiu, o que não falta é bom moço.