Inflação dispara em SP no mês de setembro e economia brasileira pode se transformar em bomba-relógio

Contagem regressiva – As profecias palacianas acerca da economia brasileira derretem a cada dia. Principalmente quando na mira está a abusada e resistente inflação. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na cidade de São Paulo encerrou o mês de setembro em alta de 0,55%, mais que o dobro do registrado em agosto (0,27%).

Dos sete grupos pesquisados, o da alimentação foi o que mais subiu, com 1,74%, contra 1,08% em agosto. Os itens alimentícios aumentaram acima da média inflacionária nos últimos doze meses, com taxa de 8,95%, enquanto o IPC médio ficou em 4,67%.

A segunda maior pressão foi registrada no grupo saúde, com variação de 0,56%, mas relativamente estável em comparação a agosto (0,55%). Em despesas pessoais, houve decréscimo, com a taxa passando de 0,37% para 0,14%. O mesmo movimento ocorreu no grupo educação (de 0,16% para 0,05%).

Nas demais classes de despesas, o ritmo de reajuste nos preços foi bem mais acentuado que no mês passado. Em habitação, o IPC aumentou de -0,13% para 0,14%, em transportes, de -0,24% para 0,16%, e em vestuário, de 0,22% para 0,37%.

O perigo mora perto

Vale ressaltar que a inflação oficial só não é maior porque, como tem destacado o ucho.info nos últimos anos, as empresas têm sistematicamente reduzido a qualidade dos produtos, fórmula encontrada para manter a massa de compradores. Mesmo com essa estratégia covarde, a alta nos preços dos alimentos tem sido o item principal das reclamações de que vai ao supermercado.

O cenário torna-se ainda mais preocupante quando considerado o fato de que a economia brasileira não deslancha, mesmo com as recentes medidas adotadas pelo governo, e a inflação não cede. Esse binômio deve tornar-se ainda mais explosivo quando alguns países saírem da crise, fazendo com que a dinheirama estrangeira que alimenta a economia brasileira volte aos lugares de onde saiu em busca de lucro. Aí sim o brasileiro compreenderá o que é uma crise de fato, pois sobrará desemprego, salários achatados, queda na produção e baixo consumo.

É importante ressaltar que não será com armadilhas que levam o cidadão ao consumo descontrolado que o governo federal conseguirá domar a economia, que se aproxima de um terreno perigoso, que é o da inércia oficial diante da necessidade de mudanças estruturais.

Os atuais inquilinos do Palácio do Planalto por certo dirão que nós, do ucho.info, torcemos contra o Brasil e que somos alarmistas, assim fez a equipe do então presidente Lula, mas é uma questão de dar tempo ao raciocínio lógico, não de acionar a bola de cristal.