Viagem de Dilma a SP, custeada pelo contribuinte, serviu para conter a crise que se abate sobre o PT

Óleo de peroba – Ronaldo Mota Sardenberg era ministro de Ciência e Tecnologia do governo de Fernando Henrique Cardoso quando usou um avião da FAB para viagem particular ao arquipélago de Fernando de Noronha. Na ocasião, o Partido dos Trabalhadores, então na oposição, promoveu uma das suas costumeiras gritarias. Não que Sardenberg estivesse certo, pelo contrário, mas na vida republicana há meios de se cobrar os culpados por seus malfeitos. Como o PT está acostumado a rapapés e outros quetais, a FHC restou enfrentar o protesto, justo em seu conteúdo.

Quando Orlando Silva Júnior usou um cartão de crédito da Presidência para pagar uma tapioca no valor de R$ 8, os petistas palacianos enfureceram-se, como se o dinheiro público pudesse ser gastos ao bel prazer. Lula, que aprendeu a se lambuzar nas benesses do poder, até hoje não respondeu a uma matéria do ucho.info, que relatou a ida do então presidente brasileiro a uma loja da marca Cartier, em Nova York, onde comprou, com dinheiro do contribuinte, um caro e cobiçado relógio.

Nesta quarta-feira (10), a presidente Dilma Rousseff saiu de Brasília rumo a São Paulo, onde se reuniu com o antecessor, o agora enrolado Luiz Inácio da Silva. As assessorias de Dilma e Lula se limitaram a informar que a reunião era interna e não divulgaram a pauta do encontro, que durou quatro horas. Dilma estava acompanhada de alguns ministros petistas – Gilberto Carvalho, Fernando Pimentel, Aloizio Mercadante e Marco Aurélio Garcia –, todos integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores.

Sob as expensas do suado dinheiro do contribuinte brasileiro, Dilma viajou à capital paulista um dia após o Supremo Tribunal Federal ter condenado, por corrupção ativa, José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Ou seja, a viagem presidencial à maior cidade brasileira serviu apenas e tão somente para resolver questões relacionadas ao partido, que na esteira do julgamento do mensalão vê seus alicerces balançarem repetidas vezes.

Responsável pelo período mais corrupto da história nacional, Lula é um ex-presidente da República e, pelo que consta, não pode ingerir nos trabalhos do Executivo. Se isso estiver ocorrendo, o que este site nunca duvidou, fica confirmada a tese de que Dilma é uma marionete de luxo do ex-metalúrgico, que continua vociferando a teoria de que é vítima de preconceito das oligarquias e de golpe por parte das elites. Discurso barato que qualquer meliante faz na praça central quando flagrado no momento do crime.

Nenhum brasileiro de bem madruga para financiar viagens para a presidente Dilma Rousseff resolver problemas de um partido que se especializou em escândalos de corrupção. Fossem os petistas ainda oposição, tal atitude já teria recheado inúmeros discursos estridentes. Contudo, como os dirigentes do PT estão na fase da falsa fragilidade emocional, o melhor é contrariá-los. Até porque, do hospício, vivo sai aquele que bate palmas para maluco dançar.