Ministro da Justiça tenta minimizar sua polêmica declaração sobre os presídios brasileiros

Marcha à ré – Ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, que está em Lima (Peru), foi obrigado a explicar a declaração de que preferia morrer a ficar preso no sistema penitenciário brasileiro. Em entrevista concedida por meio de videoconferência a jornalistas que estavam no Ministério da Justiça, em Brasília, Cardozo disse que não se pode esconder o sol com a peneira.

“Eu percebi que algumas pessoas ficaram perplexas com a minha declaração. O primeiro passo para solucionar o problema é jamais escondê-lo. Não é colocá-lo embaixo do tapete. Não se pode esconder o sol com a peneira”, afirmou o ministro.

De acordo com José Eduardo Cardozo, “hoje, presos convivem com fezes, com espaços impossíveis, onde não se pode dormir, presos são violentados, presos são agredidos”.

A Constituição Federal garante ao cidadão-preso o respeito à integridade física e moral, o que é sabidamente ignorado em todo o território nacional, sem que o Estado se mobilize para reverter a situação.

José Eduardo Cardozo, que continua sonhando em chegar ao Supremo Tribunal Federal, terá de pensar duas vezes, caso torne-se ministro da Corte, antes de condenar um réu à pena restritiva de liberdade. A situação dos presídios brasileiros é degradante há séculos e não será uma declaração estapafúrdia de um ministro que mudará o cenário.

Se chegar a ministro do STF, Cardozo poderá arrumar um enorme problema para o Estado se condenar alguém à prisão.