OTAN decide enviar mísseis em apoio à Turquia e ameaça Damasco

(Foto: Efe)
Tensão total – O secretário-geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, disse que os aliados autorizaram o envio de mísseis Patriot para a Turquia. A iniciativa, definida a pedido do governo turco, está inserida no contexto do conflito civil na Síria, que faz fronteira com a Turquia. “A quem pensar atacar a Turquia, nós dizemos: nem pensem nisso”, ameaçou Rasmussen.

De acordo com informações da OTAN, os Patriot são mísseis utilizados em sistemas de defesa terra e ar, comuns nos países da organização, como a Alemanha, Grécia, Holanda, Espanha e os Estados Unidos. O primeiro Patriot foi utilizado em meados dos anos 1980 pelos norte-americanos e durante a primeira Guerra do Golfo, lançados contra os Scud iraquianos. Os Patriot têm avançado sistema de interceptação de mísseis e estão equipados com radares de grande definição.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países que integram a OTAN disseram que estão preocupados com o eventual uso de armas químicas pelo governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, apesar de Damasco ter dito que não as usaria contra a população civil.

“Nós agradecemos a intenção da Alemanha, da Holanda e dos EUA que vão fornecer as baterias de mísseis de acordo com os procedimentos dos respectivos países. Os sistemas vão ficar sob a responsabilidade operacional do Comando Aliado para a Europa [Saceur – Supreme Allied Comander Europe], a instalação vai ser apenas defensiva e em nenhuma circunstância impõe qualquer zona de exclusão aérea ou ofensiva”, disse ainda o secretário-geral da OTAN.

Crescem, entretanto, os sinais de “preparativos eventuais” para uma ação militar contra a Síria. Segundo o New York Times, Washington não descarta “opções militares” e pondera dois possíveis cenários para neutralizar o recurso a armas químicas: bombardeios aéreos ou raides circunscritos às instalações.

Israel

Além dos EUA, Israel também está preparado para agir contra Damasco. Segundo o jornalista Jeffrey Goldberg, da revista The Atlantic, o executivo liderado por Benjamin Netanyahu procurou já por duas vezes nos últimos dois meses o aval da Jordânia para lançar ataques às instalações militares sírias, onde estaria o arsenal químico de Assad.

Em 2007, a Força Aérea israelense destruiu um reator nuclear na Síria num bombardeio sem a autorização da Jordânia. Mas as fontes citadas por Goldberg dizem que os dois países estão agora coordenando as operações, tendo até montado um “gabinete de guerra”, que conta também com a participação dos EUA e de países aliados do Golfo.

O agravamento da situação levou na segunda-feira a ONU (Organização das Nações Unidas) a anunciar uma retirada parcial do seu pessoal da Síria. Também a União Europeia disse que iria reduzir “ao mínimo” as suas atividades na capital.

Patriot

O Patriot é usado como arma antiaérea e integra os sistemas de defesa pela resposta rápida e capacidade de interceptar alvos simultâneos. Em terra, a bateria tem grande mobilidade e não é vulnerável aos ataques de comunicações eletrônicas. Esse tipo de míssil tem quatro funções operacionais: comunicações, comando e controle, vigilância por radar e interceptação de mísseis.

Criada em 1949, após a 2ª Guerra Mundial, a OTAN é integrada pelos seguintes países: Albânia, Alemanha, Bélgica, Canadá, Croácia, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Grécia, Países Baixos, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Turquia, Hungria, Polônia, República Tcheca, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia. (Do Opera Mundi)