Congresso aprova urgência para votação dos vetos dos royalties e contraria o Planalto

Derrota do governo – O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (12), durante tumultuada sessão conjunta da Câmara e do Senado, o requerimento para votação em regime de urgência dos vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei que trata da redistribuição dos recursos dos royalties do petróleo. Com a decisão, a votação dos vetos ficou marcada para a próxima terça-feira (18).

Na Câmara foram 348 votos favoráveis à urgência, 84 contrários e uma abstenção. No Senado, 60 votos favoráveis e sete contrários. O requerimento, de autoria do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) e assinado por grande número de deputados e senadores, foi aprovado e, com isso, os vetos relacionados aos royalties passam na frente de cerca de 3 mil vetos presidenciais, que estão na fila de apreciação no Congresso.

Representantes das bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, estados produtores de petróleo e maiores prejudicados com redistribuição dos royalties aprovada pelo Congresso, tentaram impedir de todas as formas que o requerimento fosse apreciado e aprovado. Contudo, a maioria, que representa os outros 24 estados e o Distrito Federal, se mostrou unida e aprovou o requerimento, que significa a primeira votação, o que serve de termômetro para a derrubada dos vetos. A decisão, que já era esperada, não causou surpresa, mas representa mais uma derrota do governo Dilma no parlamento.

Deputados e senadores do Rio e do Espírito Santo ameaçam recorrer ao Supremo Tribunal Federal para impedir a votação da próxima semana. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reclamou do que chamou de desrespeito aos regimentos das duas casas e da Constituição. Ele reconheceu que os estados não produtores de petróleo são maioria, mas criticou o açodamento (agir de modo inadequadamente rápido) na votação do requerimento. “Uma maioria não pode passar por cima do Regimento e da Constituição”, disse. (Com informações da Agência Brasil)