Enquanto a maioria do povo acredita em corrupção nas obras da Copa, estádio de Brasília custará R$ 1 bi

Orçamento estourado – Na edição de quarta-feira (26) publicamos notícia sobre a sandice discursiva do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), para quem os estádios construídos para a Copa de 2014, em sua maioria com dinheiro público, não merecem críticas de qualquer espécie, pois servem para provar ao mundo a capacidade e a inteligência do povo brasileiro. Como entendemos que capacidade e inteligência são provadas de outra forma, não com dinheiro do erário sendo desviado por todos os lados, insistimos no assunto, pois o senador cearense desafiou a razão.

Para 76% dos brasileiros, as obras para a Copa do Mundo já são alvo de corrupção. Em outras palavras, o País assistirá a repetição do que ocorreu com as obras para os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, cujo orçamento inicial era de R$ 300 milhões, mas a conta fechou próximo dos R$ 5 bilhões.

Quando o ucho.info afirmou, em 31 de outubro de 2007, por ocasião do anúncio de que o Brasil sediaria a Copa de 14, que a FIFA cometera um enorme equívoco e o governo brasileiro agiu com irresponsabilidade, muitos nos criticaram e acusaram de torcermos contra o País, mas nada como o tempo para comprovar o óbvio.

À época, o Brasil não tinha e ainda não tem condições de abrigar um evento da magnitude do mundial de seleções de futebol. Mesmo assim, o messiânico Lula disse que o Brasil faria a melhor Copa de todos os tempos, frase repetida por Dilma durante o sorteio dos grupos da Copa das Confederações.

Como discordamos veementemente com a decisão de o Brasil sediar a Copa do Mundo, voltamos a afirmar que pelo menos estádios do evento se transformarão em elefantes brancos. São as arenas de Brasília, Cuiabá, Manaus e Natal.

Como a história é uma sequência de fatos repetitivos, o Estádio Mané Garrincha, em Brasília, custará mais de R$ 1 bilhão. O Distrito Federal não é conhecido nacionalmente por seus campeonatos futebolísticos, pelo contrário, mas há quem garanta que a arena é multiuso. Ou seja, o governador do DF terá montar uma usina de espetáculos para justificar uma desnecessária, enquanto a saúde pública é precária como em todo o País.