Na mira – Depois de enfrentar o petista Patrus Ananias na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) começa seu segundo mandato com um dos olhos da política nacional voltado para si. Como se sabe, Lacerda, que é do partido do governador Eduardo Campos (Pernambuco), venceu a eleição com o incontestável apoio do senador Aécio neves (PSDB), ex-governador de Minas Gerais.
No âmbito do governo federal, o PSB integra a base de apoio à presidente Dilma Rousseff, mas Eduardo Campos rompe o ano contado para o Palácio do Planalto, mesmo negando que será candidato em 2014.
Por outro lado, à sombra da promessa de renovação, o PSDB aposta suas fichas, pelo menos por enquanto, em Aécio Neves para disputar a presidência da República. Seu nome foi lançado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que continua sendo o esteio político do partido que lidera a fraca oposição ao governo petista.
Na Câmara Municipal da capital mineira, o PT deve apoiar a administração de Márcio Lacerda, mas com um pé atrás, dependendo do desenrolar do cenário nacional com vistas à próxima eleição presidencial. Como se sabe, aos políticos o povo só interessa durante a campanha e na hora do voto, porque depois a ordem é olhar apenas para o próprio umbigo.
Nesse imbróglio político que se desenha sobre a capital dos mineiros, ao menos uma coisa é certa. O segundo mandato de Márcio Lacerda será um laboratório que apontará o que Dilma enfrentará mais adiante, apesar das atuais chances que tem de se reeleger. Se Eduardo Campos e Aécio Neves progredirem nas conversas que têm acontecido nos bastidores e selem uma parceria para 2014, o Brasil será palco de uma das mais acirradas disputas presidenciais dos últimos tempos. Com direito àquele vale-tudo de sempre.
