Chuva alaga o Rio de Janeiro nesta terça-feira, mas há quem defenda a realização da Copa no Brasil

(Foto: Pablo Jacob - Agência O Globo)
Debaixo d’água – Quando a FIFA anunciou, em 31 de outubro de 2007, na Suíça, que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o ucho.info não precisou de muito tempo para afirmar que a entidade futebolística cometera um grande equívoco e o governo brasileiro agiu com enorme irresponsabilidade. À época, apesar das críticas que recebemos, mantivemos nossa opinião, a qual permanece intacta até hoje, alegando que o País tinha, como ainda tem, um sem fim de prioridades em termos de investimentos, que não uma Copa do Mundo.

Muito se festejou no dia, muito se prometeu nos meses seguintes, mas além dos estádios, que direta ou indiretamente estão consumindo dinheiro público, nada foi feito em termos de infraestrutura para receber um evento de grandes proporções.

A segurança pública no Brasil é um fiasco, a saúde caminha lado a lado, o transporte público é vexatório, a mobilidade urbana é uma piada que ainda não saiu do papel. Entre as cidades que sediarão jogos da Copa, as que mais apresentam problemas de infraestrutura são Rio de Janeiro e São Paulo. Que não por acaso são as duas maiores do País.

Nas capitais paulista e fluminense a inoperância do poder público é vergonhosa. Qualquer chuva ligeiramente mais forte transforma ambas as cidades em versões tropicais da bela e romântica Veneza, sendo que os carros dos incautos contribuintes viram gôndolas em questão de minutos.

Na manhã desta terça-feira (22), uma forte chuva inundou ruas da cidade do Rio de Janeiro, repetindo o que tem ocorrido nos últimos dias. O caos chegou a tal ponto, que no centro carioca uma mulher precisou ser salva em um carrinho de supermercado.

Quando a FIFA escolheu o Rio como sede provisória da entidade durante a Copa do Mundo, o prefeito Eduardo Paes, reeleito em 2012, abusou da galhofa e disparou: “Chinelada na paulistada. É humilhante… Mostro a vista e mostro um negócio desses. Vai levar o que pra São Paulo?”. Tudo porque a cidade de São Paulo estava na disputa, mas para a sorte dos paulistanos foi preterida.

A declaração de Eduardo Paes aconteceu ao lado de autoridades da FIFA e tendo a Baía de Guanabara como cenário. Acontece que, assim como São Paulo não é apenas a Avenida Paulista e o Parque do Ibirapuera, o Rio de Janeiro não se resume à Baía da Guanabara e ao Pão de Açúcar. Até porque, fosse essa a realidade, as duas cidades seriam filiais do paraíso.

É preciso saber o que Eduardo Paes tem para mostrar, não para a “paulistada” que sofre com as inundações, mas aos dirigentes da FIFA que acreditaram no sonho ufanista de Lula.