Ciente da inocuidade da medida, Dilma anunciará de novo a redução da tarifa de energia

Pirotecnia oficial – As nossas autoridades, que adoram uma grande obra ou um evento de proporções absurdas, pouco se preocupam com esses pequenos detalhes que não rendem votos. Querem, sim, erguer verdadeiras catapultas de eleitores, mesmo que seja à base da mentira. Quando morrer o primeiro brasileiro por falta de insulina e o governo for processado e condenado a indenizar a família, é possível que o Ministério da Saúde se mexa.

Definitivamente a redução da tarifa de energia elétrica é a única ferramenta que o governo da presidente Dilma Rousseff tem para estimular a economia. Não bastasse a milionária e desnecessária campanha publicitária que vem sendo veiculada em todo o País, a presidente fará um pronunciamento oficial para garantir aos brasileiros que a redução na conta de luz de usuários residenciais, comerciais e industriais será barateada em 20%.

O pronunciamento já foi gravado e será levado ao ar na noite de quarta-feira (23) em rede de rádio e televisão, não levando em conta que o custo atual da geração de energia é mais caro por conta do acionamento das usinas termoelétricas.

A redução que será mais uma vez anunciada por Dilma, que está de olho na reeleição, só será possível porque o governo compensará financeiramente as empresas geradoras que concordaram em antecipar a renovação dos respectivos contratos, a partir de agora com novas regras. O dinheiro a ser utilizado para compensar as geradoras de energia é público, ou seja, o governo dará ao consumidor com uma mão, mas ao mesmo tempo tirará com outra.

A decisão de reduzir a tarifa de energia surgiu no vácuo de campanha liderada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mas essa medida isolada não resolve a crise econômica em que se encontra o País. Ademais, o aumento dos preços da gasolina e do diesel, que deve acontecer nos próximos dias, anula o efeito do barateamento da energia elétrica.

Bom seria ao consumidor se fossem devolvidos os R$ 7 bilhões cobrados a mais nas contas de luz para garantir, em caso de urgência, o acionamento das termelétricas, cujo processo é caro e altamente poluente.

Como ainda não mostrou a que veio e foi apresentada ao eleitorado como a garantia de continuidade das conquistas (sic) da era Lula, Dilma Rousseff de agora em diante tentará mostrar serviço, pois falta pouco mais de um ano para o início da campanha presidencial de 2014.