Queda na geração de empregos em 2012 mostra que o governo está à deriva diante da crise

Marcha à ré – Quando insistimos que o governo federal mente sobre a crise econômica, que a presidente Dilma Rousseff insiste em afirmar que é financeira, alguns esquerdistas se revoltam e dizem que fazemos marcação cerrada. Pois bem, o papel do jornalista é fiscalizar o poder, como um todo. E se o poder comete erros, equívocos, transgressões, e abusa das mentiras, criticá-lo é o mínimo que se pode fazer.

O recente discurso de Dilma, levado ao ar na quarta-feira (23), serviu muito mais para marcar a posição do PT e mostrar que ela é candidata à reeleição. Enquanto Lula permitir. A presidente disse que o Brasil há de crescer de agora em diante, como se reduzir a tarifa de energia elétrica fosse a solução. No dia seguinte, ao lado de representantes da União Europeia, Dilma ousou afirmar que o pior da crise já passou.

A crise não passou e diariamente surgem provas de que os palacianos mentem de maneira acintosa. A mais nova informação oficial escancara essa onda de mitomania. De acordo com o Ministério do Trabalho, que nesta sexta-feira (25) divulgou dados sobre a geração de empregos, em 2012 foram criadas 1,3 milhão de vagas, contra 1,94 milhão no ano anterior. Resumindo, houve uma queda de 33% na geração de novos postos formais de trabalho. E o índice de 2012 é o pior dos últimos três anos.

O cenário revelado pelo Ministério do Trabalho é mais um ingrediente da receita fantasiosa que o governo tenta emplacar. A queda na geração de empregos no ano passado mostra que é lerdo o movimento do governo quando o assunto é investimento em infraestrutura. Fosse como afirmam os aduladores da presidente, o número de novas vagas teria crescido, não diminuído.

Diante desse novo fato, é ainda maior a irresponsabilidade de se apostar no consumo interno como tábua de salvação de uma economia que patina no vácuo da incompetência do governo. A inflação está fora de controle, algo que o Banco Central já sinalizou oficialmente. O endividamento das famílias está na casa de 60%, dado também oficial. A inadimplência atingiu níveis preocupantes, de acordo com confiáveis órgãos de análise de crédito. As taxas de juro caem, o consumo mantém-se em alta e a economia não decola.

Será que o consumo interno é a solução? O mais obtuso economista do planeta sabe que não. O que o PT fez em uma década, o que é considerado como um grande avanço e que rendeu a Lula títulos e honrarias ao redor do planeta, foi socializar a miséria. Receita barata e chicaneira que qualquer ditador comunista adota logo de início. O melhor exemplo está na vizinha Venezuela.

Como afirmamos na matéria anterior, o Brasil carece de investimentos nos mais diversos setores da economia, mas os donos do poder entendem como acertado torrar mais R$ 300 bilhões em três eventos esportivos.

Até recentemente, o PT era caso de polícia, por causa dos seguidos escândalos de corrupção, alguns dos quais a população ainda aguarda as explicações de Lula. Com a insistência burra dos inquilinos do Palácio do Planalto, o PT passou a ser um caso de hospício, com direito a camisa de força e injeção para acalmar o paciente. Sem choques elétricos, por favor, por isso é coisa das plúmbeas eras.