Em tempos de tecnologia, UNE demora dois dias para publicar nota de pesar sobre a tragédia no RS

Vergonha nacional – A relação entre o governo e a União Nacional dos Estudantes, a UNE, é promíscua e interesseira. Recheada de esquerdistas estreantes, a UNE mama nos úberes dos cofres oficiais e atendem às ordens do Palácio do Planalto. Genuflexos e obedientes, aplaudem os financiadores quando é necessário, calam-se quando é necessário. Uma relação no melhor estilo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Assim como o PT não é o Partido dos Trabalhadores, a UNE não é a União Nacional dos Estudantes. E explicamos as razões no tange à UNE, porque o PT dispensa maiores explicações.

Na tragédia de Santa Maria, cidade da região central do Rio Grande do Sul, morreram mais de 200 jovens universitários. E há outro tanto de estudantes internados ou em vias de internação, sendo que 75 deles correm risco de morte.

No site da UNE, que recebe dinheiro oficial demais para se limitar a fornecer aos estudantes uma carteirinha mequetrefe, não havia até então uma menção sequer ao que aconteceu na boate Kiss, que foi consumida pelo fogo depois que um artefato pirotécnico alcançou a espuma de isolamento acústico do local. Somente nesta terça-feira (29) foi publicada uma nota de pesar, quando na verdade algum representante da entidade deveria ter comparecido a Santa Maria no dia da tragédia e falado em nome de todos os estudantes do País, até para justificar as palavras “nacional” e “estudantes” que carrega no nome.

Essa falta de solidariedade da UNE aos universitários mortos no Rio Grande Sul só tem uma explicação: os que morreram não eram estudantes profissionais, pelegos de um governo totalitarista e paralisado. Acostumada a promover festas de arromba, no momento da dor a UNE opta pelo silêncio obsequioso. Nem mesmo Manoela D’Ávila, deputa federal pelo PCdoB gaúcho e ex-dirigente da UNE, apareceu em Santa Maria. Limitou-se a divulgar uma nota sobre o acidente.

Sempre atuante em tempos de governos comandados por adversários do PT, a UNE se solidarizava com os integrantes do MST, com os índios, com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), com os grevistas das universidades. Foi a UNE na condição de um dos braços petismo que ajudou na derrubada de Fernando Collor, ao colocar na rua os chamados “caras-pintadas”.

Santa Maria foi palco de uma tragédia que produziu até agora 231 mortos, mas a UNE prefere o silêncio. Pobre país, que alguns ainda acreditam ser o do futuro!

Confira abaixo a nota de pesar publicada somente nesta terça-feira (29) no site da UNE

“A União Nacional dos Estudantes acompanha consternada a tragédia que vitimou 231 pessoas na cidade de Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, na madrugada do dia 27 de janeiro.

O presidente da UNE, Daniel Iliescu, e alguns diretores da entidade estão na cidade de Santa Maria para prestar solidariedade e todo o tipo de apoio que for preciso.

Junto às autoridades responsáveis, a UNE se coloca à disposição para levar conforto a todos os familiares e garantir a devida assistência também aos que ainda se encontram internados, alguns em estado grave.

Haverá nesta terça-feira (29/01) uma reunião da UNE com representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), instituição onde estudavam 101 vítimas da tragédia.

Muitos estudantes da UFSM participaram de dois encontros da UNE entre os dias 18 a 26 de janeiro em Recife e Olinda e voltavam para a casa quando tomaram conhecimento do ocorrido e a perda de amigos.

A ferida que a tragédia de Santa Maria abriu no coração de todos os brasileiros é incurável. A juventude interrompida e o sonho ceifado de cada uma das vítimas deixou o mundo mais triste.

Para superarmos toda esse sofrimento será necessária uma apuração rápida e competente do caso. É urgente que todos os familiares tenham as respostas corretas e todo o tipo de assistência e apoio das autoridades municipais, estaduais e federais.

A sensibilidade das autoridades deve também estar atenta a medidas emergenciais e estruturantes para evitar e prevenir episódios novos. No seu devido tempo é condizente refletirmos ainda sobre espaços públicos mais adequados de lazer com políticas públicas que garantam a interação dos estudantes.

Fica também a nossa mais importante homenagem, que é para todos aqueles que em um instinto heroico ajudaram a salvar vidas durante o resgate das vítimas. Os relatos são de atos impressionantes de pessoas que chegaram até mesmo a perder a sua própria vida para salvar a de um amigo.

A União Nacional dos Estudantes e todos os jovens do Brasil estão de luto.

União Nacional dos Estudantes
29 de janeiro de 2013”