Noite em claro – De acordo com dados de centros de controle e prevenção de doenças dos Estados Unidos, cerca de um terço dos norte-americanos não dorme bem sistematicamente. As grandes empresas do país já começaram a liberar recursos para a aquisição de lâmpadas especiais que ajudam a regularizar no organismo o nível da melatonina, responsável pelo sono. Situação idêntica pode estar acontecendo com os russos. Quem trabalha em um banco ou instituição financeira sofre grande tensão, porque um erro qualquer pode custar milhões de dólares, destaca a diretora do Instituto de Psicologia Prática da Escola Superior de Economia, Guli Bazarova.
“Se há resultados reais, confirmando que tais lâmpadas ajudam e outros métodos não ajudam, será conveniente, com certeza, qualquer medida que possa facilitar o sono. Uma pessoa precisa de dormir oito horas por dia para se sentir descansada. Hoje, na Europa e na Rússia são efetuadas muitas pesquisas que confirmam que pessoas não dormem bem. Devemos entender ao que isso pode levar”, declara Bazarova.
No contraponto, alguns especialistas colocam em xeque a eficácia dessas “lâmpadas milagrosas”, vendo nisso uma estratégia publicitária bem pensada. Cientistas da Universidade de Harvard só investigaram o efeito do sono insuficiente, diz Evguenia Loguinova, do jornal empresarial russo Vedomosti.
“Esta não foi uma pesquisa voltada para descobrir uma fonte de luz que influa no bem-estar dos funcionários. Talvez um engenhoso profissional de marketing, ao obter acesso aos resultados da pesquisa, tenha percebido que pode ganhar muito dinheiro com isso. Se a pesquisa fosse ligada às perdas financeiras sofridas pelas empresas por causa de seus funcionários dormirem no trabalho, seria dado destaque a este componente da investigação”, afirma Loguinova.
Entretanto, a questão não se reduz apenas às lâmpadas. Os problemas do sono e do descanso exigem que o próprio homem tenha certo grau de responsabilidade. Para os especialistas no tema, é necessário compreender como a falta de sono influi na produção. Em média, a produtividade do trabalho diminui num terço em resultado de sono insuficiente, o que é, sobretudo, perigoso para as pessoas que trabalham em empresas com um ciclo de produção ininterrupta, inclusive nas áreas da saúde, metalurgia e energia. Em tais setores, é necessário um controle reforçado do bem-estar dos empregados, salienta Guli Bazarova.
“Nas companhias com regime de trabalho por turnos diurnos e noturnos, tudo está previsto na legislação laboral e médica. Tais empresas efetuam sérias investigações psicofisiológicas tanto na contratação do pessoal, como no processo de trabalho”.
Naturalmente, os altos resultados econômicos de companhias não dependem das horas do sono dos funcionários. Mas, em qualquer caso, este fator também não deve ser menosprezado, recomendam os médicos e psicólogos.
Os prejuízos da falta de sono à saúde
Cada ser humano tem um ritmo próprio, preestabelecido em nossos genes. Nesse ritmo está determinado fatores como acordar, dormir, comer, trabalhar. O sono é o grande restaurador do sistema nervoso e a única maneira de preparar o cérebro para as funções do dia seguinte. (Com informações da Rádio Voz da Rússia e do Vida Saudável)
Entre os efeitos da falta de sono pode-se destacar:
– aumenta a irritabilidade, angústia e nervosismo;
– provoca comportamento antissocial;
– tira a espontaneidade;
– causa desorientação e depressão;
– produz inabilidade para manter fixos os objetivos na realização de uma tarefa;
– diminui a percepção e as habilidades racionais cognitivas;
– afeta a capacidade física;
– aumenta o tempo de reação;
– diminui a habilidade para movimentos delicados das mãos;
– dificulta manter boa postura;
– aumenta a sensibilidade á dor;
– reduz o tono muscular e a força;
– descontrola o apetite.