Sem controle – Quando ainda era candidata, Dilma Rousseff foi apresentada aos brasileiros como a “garantia de continuidade”. E pela primeira vez nos últimos anos o então presidente Lula passou ao largo da mitomania e conseguiu ser profético positivamente. De fato sua sucessora tem conseguido dar seguimento ao estrago que iniciou-se em janeiro de 2013 e fez com que o Brasil perde-se uma década de sua história.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,86% em janeiro, contra 0,79% em dezembro passado.
O índice de inflação registrado primeiro mês do ano é o maior desde abril de 2005, quando o aumento foi de 0,87%. O índice também foi o maior para meses de janeiro desde 2003, quando a taxa foi de 2,25%.
Em janeiro de 2012, o IPCA alcançou a marca de 0,56%, o que fez a taxa, no período de doze meses, saltar de 5,84%, em dezembro, para 6,15%, em janeiro deste ano, fugindo ainda mais do centro da meta estipulada pelo governo, que é de 4,5%, com variação de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Alimentos e Despesas Pessoais
Os preços dos alimentos não sinalizaram qualquer possibilidade de alívio no início do e subiram 1,99%, puxando a alta de 0,86% na inflação medida pelo IPCA em janeiro. Na carestia do cotidiano, o aumento dos preços dos alimentos chega, em alguns casos, a 30%, o que faz com que a inflação real, enfrentada pelo consumidor, seja muito maior.
No grupo alimentação e bebidas, a alta ultrapassou taxa o índice de 1,03% registrado em dezembro de 2012, provocando um impacto de 0,48 ponto porcentual no cálculo do IPCA, o equivale a 56% da inflação do mês de janeiro.
Problemas climáticos comprometeram a oferta de vários produtos, de acordo com o IBGE, provocando alta de preços. Entre os produtos cujos preços mais subiram estão o tomate (26,15%), batata-inglesa (20,58%), cebola (14,25%), hortaliças (10,86%) e cenoura (9,83%).
Os cigarros tiveram aumento de preço na casa de 10,11% em janeiro, o contribuiu para a alta do IPCA. O cigarro ajudou a puxar para cima, em 1,55%, o grupo Despesas Pessoais, o segundo maior impacto de grupo sobre o IPCA de janeiro. Ainda no grupo, os gastos com empregados domésticos desaceleraram de 0,82% em dezembro para 0,58% em janeiro.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) avançou 0,92% em janeiro, após alta de 0,74% em dezembro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 6,63% em doze meses, acima da taxa de 6,20% acumulada nos doze meses anteriores. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos que tem trabalhadores assalariados no comando.
Corrosão do salário
Diante desses números desanimadores e que apontam o descompasso da economia brasileira, o salário mínimo, que desde 1º de janeiro vale incríveis R$ 678, o trabalhador que recebe essa fortuna há muito frequenta a parcela social dos miseráveis. O aumento real do salário mínimo, descontando-se apenas a inflação oficial, foi de aproximadamente R$ 20, o que permite ao incauto cidadão acrescentar à mesa apenas um pãozinho todos os dias. Fora isso, qualquer ousadia ficará na seara dos sonhos ou na do endividamento.
Esse cenário mostra o quão absurda é a aposta do governo do PT na aceleração do consumo interno como forma de reverter a crise econômica, cujas razões são internas, não internacionais como dizem os palacianos. Ademais, a culpa pela inflação, que está fora de controle, é da incompetência de um governo letárgico e corrupto, que acredita que a falsa popularidade de Lula pode continuar sustentando uma mentira que desmorona diariamente. Colocar a culpa no tomate e no cigarro invalida o trabalho dos tecnocratas, que com essas conclusões, mesmo que corretas, apenas de entrincheiram as autoridades.
É importante que os brasileiros se movimentem e cobrem do governo uma solução imediata e prática para combater o mais temido fantasma da economia, pois soluções pontuais e atrasadas servem para nada. Esse filme muita gente já viu e sabe que é de terror.
