Paralisação de operários do Maracanã servirá, mais adiante, para patrocinar novo aditivo contratual

Movimento conhecido – Desde 2007 o ucho.info alerta para falta de condições do País para sediar qualquer evento grandioso, inclusive a Copa do Mundo de 2014, que já sangram os cofres públicos com a construção de estádios que serão transformados em elefantes brancos depois do evento futebolístico.

Todas as previsões orçamentárias para a construção ou reforma dessas arenas esportivas já estouraram, o que mostra que os brasileiros terão de arcar com o custo da roubalheira, a exemplo do que ocorreu com os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, cuja realização custou oito vezes mais do que o valor inicialmente previsto.

Como se fosse pouco, o cronograma da reforma do Maracanã caminha cada vez mais na direção do atraso, apesar de as autoridades fluminenses dizerem o contrário. O mais interessante nessa obra de reforma do Estádio Mário Filho é que o poder público está despejando mais de R$ 1 bilhão, para depois entregar a administração do local a uma empresa privada. Em qualquer país onde predomina a seriedade e o raciocínio transparente isso jamais aconteceria, mas estamos no Brasil.

Os funcionários da obra do Maracanã abriram a semana com os braços cruzados e só retornarão ao trabalho na terça-feira (19). A paralisação foi apenas um alerta, lembrou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (Sitraicp), Nilson Duarte Costa.

Os trabalhadores reivindicam aumento no valor da cesta básica, de R$ 230 para R$ 330, 15% de reajuste salarial e plano de saúde extensivo aos familiares.

É importante lembrar que a história brasileira mostra que jamais houve uma greve ou paralisação sem que existisse um acordo entre sindicalistas e empregadores. Foi assim que alguns líderes sindicais conseguiram aumentar os respectivos patrimônios. O que não significa que seja o caso de Nilson Duarte Costa.

Mas essa paralisação, mesclada com as reivindicações dos trabalhadores, servirá para garantir, mesmo que não de imediato, um aditivo no contrato de construção do novo Maracanã. Se o futebol tem suas jogadas ensaiadas, no mundo da corrupção não é diferente. E ninguém sai perdendo nessa história de assalto ao contribuinte, sempre anestesiado pela oferta chicaneira do Estado, que não se cansa de proporcionar pão e circo.