Informações desconexas sobre Chávez provam que está difícil esconder a verdade

Sem limites – Se no idioma da bolivariana Venezuela lógica e mentira existem como vernáculos, os dois já foram desrespeitados inúmeras vezes nos últimos três meses, tamanha é a enganação que recobre a saúde de Hugo Chávez, que segundo as informações oficiais do Palácio Miraflores migra do fundo do poço às nuvens em questão de horas.

Desde que deixou Caracas para se submeter a uma arriscada cirurgia para tentar conter a metástase de um sarcoma, Chávez jamais foi visto, nem mesmo em imagens gravadas ou fotos reais. As únicas fotos divulgadas recentemente são tão falsas, que variações bem humoradas das imagens com o tiranete ao lado das filhas surgiram na rede mundial de computadores.

Enquanto seguidores de Hugo Chávez afirmavam que o caudilho chegou a Caracas andando e sem qualquer equipamento de respiração mecânica, integrantes do governo alternavam informações que iam desde uma conversa de horas a fio com o líder bolivariano até complicações respiratórias graves, passando por sessões de quimioterapia e melhora surpreendente.

Como já afirmamos em inúmeras matérias, desde a madrugada de 1º de janeiro, o anúncio da morte de Hugo Chávez é uma questão de tempo. O núcleo duro do governo chavista está subordinado aos irmãos ditadores Raúl e Fidel Castro, que por interesses não apenas ideológicos, mas principalmente financeiros, estão dando as ordens para que o grupo do líder da revolução bolivariana continue no poder, garantindo a Cuba o fluxo de dinheiro entre Caracas e Havana.

A costura política nos bastidores do poder venezuelano está demorando muito mais do que esperavam seus protagonistas, sendo que o contingente de pessoas que sabem da verdade fugiu do controle do governo. Se Hugo Chávez estivesse em franca recuperação, como quer fazer acreditar Nicolás Maduro, o ditador já teria tomado posse e garantido a permanência do vice-presidente no cargo.

Informações do jornal espanhol ABC dão conta que Chávez foi transferido do hospital militar em Caracas para a residência presidencial, na Ilha de La Arguila, no Caribe venezuelano, para passar seus últimos dias ao lado da família. Tudo não passa de uma enorme encenação, produzida pelo serviço de contra-informação da Venezuela, que tem seus mentirosos capítulos cumpridos à risca, a ponto de ludibriar a opinião pública.

Com o anúncio do retorno de Hugo Chávez à Venezuela, a imprensa internacional tirou o foco que estava na direção de Havana, onde o grupo dos irmãos Castro toma conta do cadáver e cuida dos últimos detalhes de uma epopeia que está com os dias contados. E não causará surpresa alguma se um avião deixar a capital cubana às pressas e sem avisar para, ao primeiro sinal de Miraflores, levar o corpo de Chávez para La Arguila.

Esses preparativos embalados pela mentira servem para convencer aos poucos o povo venezuelano de que Chávez está na trilha da morte, mas lutando, o que funcionará como ferramenta de campanha para Nicolás Maduro, que foi apresentado como seu sucessor político.