Ministro pediu punição aos torcedores do Corinthians, mas silenciou diante da baderna palmeirense na Argentina

Sem explicação – Para ser um ministro de Estado no Brasil basta integrar a base de aduladores do governo, não importando a competência ou o bom senso do indicado. O importante é rezar pela cartilha palaciana e obedecer às ordens daquele que estiver no poder central. Assim é o Estado brasileiro, que na última década tornou-se refém de um grupo de incompetentes que são capazes de tropeçar na própria incoerência.

Deputado federal pelo PCdoB de São Paulo e ministro responsável pela articulação política do governo Lula durante o período do Mensalão do PT, Aldo Rebelo, que hoje comanda o Ministério do Esporte, é um apaixonado pelo oportunismo barato.

Por ocasião do acidente ocorrido no Estádio de Oruro, na Bolívia, onde um jovem torcedor do San José morreu por causa de um sinalizador náutico acionado por um integrante da torcida do Corinthians, Aldo Rebelo interferiu em área fora da sua competência e solicitou às autoridades bolivianas a punição exemplar dos culpados. A Justiça local ordenou a prisão de doze torcedores corintianos, mas dias depois do incidente um jovem disse em São Paulo ter sido o responsável por acionar o artefato pirotécnico.

O assunto em si é da competência do Ministério das Relações Exteriores e, com um pouco de flexibilidade, da pasta da Justiça, não do ministro do Esporte. Aldo Rebelo aproveitou o episódio para estocar o Corinthians, que vive uma boa fase e é um rival histórico do time pelo qual torce o ministro, o Palmeiras. Em nenhum momento a diretoria pediu a ajuda o palpite do governo brasileiro.

No contraponto, para reforçar a afirmação que ora fazemos e aguardamos alguns para que isso não fosse necessário, Aldo Rebelo adotou um estranho silêncio depois que integrantes da torcida organizada do Palmeiras promoveram um quebra-quebra no aeroporto de Buenos Aires, onde o alviverde paulista foi derrotado em partida válida pela Copa Libertadores da América.

Em entrevista coletiva, o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, disse há dias que o clube mantinha algumas regalias à torcida organizada e que se fosse preciso pediria ajuda à Presidência da República para acabar com a violência dos torcedores. Mesmo diante de tal declaração, o ministro Aldo Rebelo não fez qualquer declaração a respeito do assunto. Uma postura no mínimo estranha pra quem pediu a punição dos responsáveis pelo trágico acidente na Bolívia.

Alguns nos contestarão alegando que as situações são distintas, mas o crime deve ser combatido e condenado em qualquer seara. Pelo que consta, o Palmeiras não paga o salário de Aldo Rebelo. E se o ministro quiser defender o time do coração e atacar os adversários, que o faça fora do expediente governamental e sem a ajuda da máquina estatal. Do contrário que vista a camisa da isonomia que o cargo exige.