Ipem constata prejuízo ao consumidor na compra de papel higiênico

Olhos abertos – O Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem) finalizou na terça-feira (16) a operação “Olho no Rolo”, que averiguou 55 marcas de papel higiênico. Das marcas analisadas, 18 apresentaram irregularidades nas medidas, que não condiziam com a metragem informada na embalagem. O resultado apurado pelos fiscais aponta que 32,73% dos papéis higiênicos pesquisados têm metragem menor que a indicada ou outros tipos de irregularidade.

O Ipem analisou o comprimento e a largura de produtos de uso doméstico e institucional, além das informações sobre os produtos. A legislação vigente exige que as informações sejam disponibilizadas de forma adequada, mas nem todos os fabricantes cumprem as determinações legais. A fiscalização foi realizada nos laboratórios do IPEM em várias cidades do interior paulista, como Bauru, Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Carlos, São José dos Campos e São José do Rio Preto.

No ano passado, fiscalização idêntica encontrou irregularidades em 29,09% dos 55 lotes de papel higiênico de uso doméstico e empresarial, sendo que o maior número de problemas estava relacionado às dimensões dos produtos. Autuadas pelo Ipem, as empresas têm prazo de dez dias para a apresentação de defesa, o que pode culminar ou não na aplicação de multas, que variam de R$ 100 a R$ 1,5 milhão.

No caso dos produtos pré-medidos (pesados e medidos sem a presença do consumidor), o valor mínimo é de R$ 640 e o máximo, de R$ 30 mil. Esses valores valem para as primeiras autuações e com apresentação de defesa, podendo dobrar em casos de reincidência.

Xis da questão

O ucho.info sempre alertou o consumidor para a questão do papel higiênico, pois a matéria-prima, a celulose, é vendida no mercado internacional por peso, não por metragem. Com a alta do preço do produto, os fabricantes passaram a produzir papel higiênico cada vez mais fino como forma de enfrentar a concorrência e conquistar o consumidor.

No momento em que a espessura do produto chegou ao limite mínimo, a estratégia encontrada foi alterar as dimensões do produto (comprimento e largura). Qualquer pessoa mais atenta percebeu nos últimos anos a alteração da espessura do papel higiênico. (Do ucho.info com informações do Ipem e da Agência Estado)

Confira abaixo as 18 marcas de papel higiênico reprovadas pelo Ipem:

– Irapuru (300m x 10cm): de cinco rolos, um apresentou menos papel;
– Malipel (600 m x 10 cm): todos os cinco rolos avaliados eram mais curtos; um deles, estava quase pela metade;
– Nobre (300 m x 10cm): cinco amostras ofereciam menos papel que o prometido;
– Ouropel (300m x 10cm): de cinco amostras, todas estavam irregulares;
– Softel (300m x 10cm): das cinco provas feitas, três apontaram erros;
– Global Paper (300m x 10cm): todas as cinco amostras eram irregulares;
– Daypell (300m x 10cm): das 13 amostras, todas apresentaram erros de comprimento;
– Dobbly (300mx10cm): todas as 13 amostras foram reprovadas;
– Bompell (600m X 10cm): de 13 amostras, todas eram mais curtas e oito, menos largas;
– Bompell (300m X 10cm): as cinco amostras foram reprovadas;
– Melipel (300m X 10cm): todas as 13 provas estavam mais curtas:
– Lordd (30m x 10cm): de 20 amostragens, três apresentaram erros;
– Softel (300m): dos 13 rolos avaliados, oito foram reprovados;
– Nobre (300m): todas as 13 amostras foram reprovadas;
– Duque (300m x 10cm): todas as 13 amostras foram reprovadas;
– Vidypel (300m x 10cm): de cinco amostras, todas eram mais curtas e mais estreitas;
– Dubom (300m): reprovação das cinco amostras avaliadas;
– Delicatto (8 rolos de 30m x 10cm): de cinco avaliações, quatro apresentaram erros de comprimento.