Justiça Desportiva decide investigar cartola que denunciou esquema de propina na CBF

Lenha na fogueira – Afirmar que o empresário Luciano Caldas Bivar é um querubim barroco seria como um tiro no escuro, mas o presidente do Sport (Recife) tornou-se presa fácil das próprias declarações. Na quinta-feira (2), a Procuradoria-Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que não deixa de ser um tribunal de exceção, decidiu oferecer denúncia e abrir inquérito contra Bivar, que afirmou, sem provas, que “existem esquemas de corrupção para convocação de atletas que servem a seleção brasileira.” A pena máxima que pode ser imposta ao presidente do Sport é suspensão de 15 a 360 dias e que varia de R$ 100 a R$ 100 mil.

Bivar não é um estreante e muito menos fez tal acusação sem conhecimento de causa. A grande questão está ausência de prova, algo que nesses casos inexistem. Em 8 de março passado, Bivar, em entrevista à Rádio Transamérica, de Recife, não economizou palavras e abriu o jogo. “Você precisa ter cuidado com executivos de futebol, porque muitos chegam ao clube para realizar negócios e não para ajudar. Nós até já utilizamos esse tipo de expediente. Empurramos o Leomar na seleção. Pagamos uma comissão para ele jogar na seleção brasileira”, disse o cartola.

Defender-se diante do STJD não é tarefa fácil e é preciso conhecer os meandros do tribunal para sair ileso, mas um gravador escondido em uma roda descontraída de jogadores precisará de bateria extra para gravar tantas denúncias. Não é a primeira vez que esse assunto vem à baila. O editor do ucho.info já ouviu de alguns jogadores relatos contundentes e explosivos sobre essa suposta cobrança para jogar na seleção brasileira.

Verdade ou não, difícil saber, mas fumaça jamais surge onde não há fogo. O melhor é aguardar para ver quem cairá primeiro nessa queda de braços que, diga-se de passagem, não é pequena.