Descarada mudança de opinião em relação a Dilma é motivo de sobra para Afif perder o cargo de vice

Dupla face – A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aceitou analisar o pedido de perda do mandato do vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), protocolado após sua nomeação, pela presidente Dilma Vana Rousseff, para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

A ida de Afif para a Secretaria, que tem status de ministério e um orçamento perto de R$ 7 milhões, foi uma manobra do PT para infiltrar um Cavalo de Tróia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista e sonho longevo e maior da legenda.

Ao acolher o pedido feito pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSol), a Alesp tomou como base um parecer da Procuradoria da Casa, que apontou “incompatibilidade funcional pelo fato de o senhor vice-governador ter assumido outro cargo na administração federal, em desrespeito à Constituição Federal e à Constituição Estadual”.

Ex-integrante do Democratas, Guilherme Afif migrou para o PSD, partido criado recentemente pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, um traidor que na última eleição municipal paulistana atuou como espião do PT na campanha do tucano José Serra. Desde então, o PSD começou a se bandear para a base aliada do governo Dilma.

Não fosse pela inconstitucionalidade destacada pela Procuradoria da Assembleia Legislativa paulista, Guilherme Afif deveria perder o cargo de vice-governador pela hipocrisia discursiva em relação a Dilma Rousseff. Mais novo “queridinho” da presidente da República, Afif, em 2009, foi crítico ao comentar sobre a candidatura da petista: “Eleger Dilma é a mesma coisa que entregar um boeing para quem nunca pilotou um teco-teco”, disse à época o agora ministro.