Enquanto Lula tem dificuldade para escolher candidato ao governo de SP, artilharia adversária está pronta

Sinuca de bico – Ainda sonhando em tomar de assalto o governo do mais importante e rico estado da federação, São Paulo, o ex-presidente e agora lobista fugitivo Luiz Inácio da Silva enfrenta problemas em seu ousado projeto que tem como objetivo destronar o tucanato.

Logo após eleger Fernando Haddad à prefeitura paulistana – que continua à deriva –, Lula anunciou dois possíveis pré-candidatos petistas ao Palácio dos Bandeirantes: os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde).

Arrogante e prepotente, além de cultivar um elevado índice de rejeição entre o eleitorado paulista, Mercadante anunciou recentemente que não será candidato na disputa estadual de 2014, em São Paulo. E uma eventual mudança de ideia arruinaria sua campanha.

Ilustre desconhecido na terra dos bandeirantes, Alexandre Padilha não tem chance de sair vitorioso na disputa pela cadeira de Geraldo Alckmin. O ministro Padilha tem aumentado suas incursões oficiais no estado de São Paulo, mas o fato de ser filiado ao PT e o caos em que se encontra a saúde pública o fazem um fora do páreo.

Ciente de que seu pupilo Alexandre Padilha não tem motor eleitoral para decolar, Lula passou a buscar novos nomes para manter seu projeto em marcha. O primeiro que surgiu foi o do ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas a tragédia que paira sobre a economia desmonta qualquer eventual chance de sua candidatura emplacar. Mesmo assim, o Palácio do Planalto, após ordens expressas de Lula, vem trabalhando diuturnamente para criar factóides que promovam uma maquiagem na economia e transfiram a Mantega alguma dose rasa de chance para encarar a empreitada.

A outra estratégia de Lula recai sobre o atual ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, que também pode ser considerado um eventual candidato com pouquíssimas chances de sucesso, mesmo com a máquina petista atuando nos bastidores. A resistência que Cardozo enfrentará, caso seja candidato ao governo paulista, surgiria de várias frentes, começando por sua participação protecionista na CPI dos Correios, que escarafunchou o Mensalão do PT. Fora isso, José Eduardo protegeu, durante a CPI, culpados que acabaram presos pela Polícia Federal em operações posteriores.

Prevalecendo a tese de que José Eduardo Cardozo será o candidato do PT ao governo de São Paulo, o partido precisa estar atento, pois há uma enorme e potente bazuca, repleta de munição, posicionada na direção do ministro. Letal em termos políticos, esse petardo só não foi disparado ainda porque nos bastidores da operação há gente séria que privilegia o profissionalismo.

Mesmo que fadado ao fracasso, o projeto petista o grau de ousadia de Lula em relação à política. Líder de um partido que é órfão de pessoas competentes, o ex-presidente tem no cardápio de pré-candidatos ao governo de São Paulo quatro ministros de um governo inoperante e com vocação para abafar escândalos de corrupção.