Produção industrial avançou 1,8% em abril, mas venda de automóveis recuou 5,25% em maio

Sem festa – A produção industrial brasileira avançou 1,8% em abril na comparação com março, informou nesta terça-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do segundo resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, com ganho de 2,7% no período, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal.

A categoria bens de capitais (máquinas e equipamentos) foi a principal influência para esse aumento, ao apresentar a maior variação em abril, com alta de 3,2%, quarto resultado positivo consecutivo, com ganho acumulado de 15,5%.

Na comparação com abril de 2012, a indústria registrou avanço de 8,4% no mesmo mês deste ano, taxa mais elevada nesse tipo de comparação desde agosto de 2010 (8,6%). O estudo destaca que todas as categorias de uso, 23 das 27 atividades, 58 dos 76 subsetores e 63,4% dos produtos pesquisados apontaram expansão na produção.

No acumulado do ano, o setor industrial teve expansão de 1,6%, revertendo a queda de 1,1% assinalada nos quatro últimos meses de 2012, nas comparações com os períodos equivalentes do ano anterior. Dos 27 ramos investigados, 13 apontaram expansão na produção.

Ainda segundo o IBGE, no acumulado em 12 meses, a produção das indústrias recuou 1,1% em abril, uma diminuição do ritmo de queda registrado em janeiro (-2%), fevereiro (-1,9%) e março (-2%).

A expansão da atividade industrial em abril deste ano, na comparação com março, alcançou todas as categorias de uso e 17 dos 27 ramos pesquisados. Os maiores aumentos de produção foram identificados nas atividades: veículos automotores (8,2%), máquinas e equipamentos (7,9%) e alimentos (4,8%). O primeiro setor avançou 15,6% nos dois últimos meses de expansão, o segundo acumulou ganho de 19,3% entre janeiro e abril, e o terceiro eliminou a perda de 4,5% verificada entre fevereiro e março.

Entre as nove atividades que reduziram a produção, entre março e abril, merecem destaque: bebidas (-5,9%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-6,5%), que reverteram as taxas positivas do mês anterior: 1,5% e 0,6%, respectivamente.

Foguetório zero

O governo e a indústria devem ter cautela em relação às comemorações, pois os dados do IBGE revelam uma situação pontual que pode não se repetir nos próximos meses. O primeiro sinal desse movimento está na venda de automóveis, que em maio registrou recuo de 5,25%. Isso significa que em breve a indústria automobilística, como um todo, sofrerá um solavanco, impactando nos índices do setor.

Especialistas alegam que essa queda na venda de automóveis se deve ao menor número de dias úteis no mês de maio, mas não se pode esquecer que as montadoras promoveram “feirões” e as concessionárias têm aberto as portas todos os dias da semana. O levantamento se dá a partir do número de emplacamentos de veículos, o que não atenua o decréscimo. (Com informações da Agência Brasil)