Eike Batista: ministro Fernando Pimentel terá de explicar empréstimos bilionários do BNDES

Hora da verdade – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) protocola, nesta segunda-feira (8), requerimento de informações em que cobra do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, detalhamento dos empréstimos de cerca de R$ 10 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) a pelo menos onze empresas do grupo EBX, do megalômano empresário Eike Batista.

Entre os questionamentos ao ministro estão as garantias apresentadas pelo grupo para obter os financiamentos, os critérios utilizados pelo banco para a escolha da EBX como beneficiária dos aportes, as eventuais perdas que o BNDES pode ter com a desvalorização das ações do conglomerado e um relatório detalhado, abrangendo os últimos dez anos, sobre os empréstimos concedidos para projetos a serem realizados no Brasil e no exterior, com valores dos financiamentos, taxas de juro envolvidas, custos dos subsídios, objetivo das operações e origem dos recursos.

Rubens Bueno frisa que ao longo dos últimos meses diversas reportagens veiculadas nos principais meios de comunicação do país noticiaram que as empresas do Grupo EBX passam por sérias dificuldades econômico-financeiras. Reflexo dessa situação é a brutal desvalorização das ações que algumas empresas de Eike Batista enfrentam no mercado de capitais.

“Há fortes suspeitas de irresponsabilidade não só por parte do empresário, cuja gestão empresarial é apontada como temerária, mas por parte da direção do BNDES, que aprovou um grande aporte de dinheiro em negócios de alto risco”, afirma o líder do PPS, lembrando que, no caso de poços de petróleo na área do pré-sal, muitas descobertas do grupo foram anunciadas ao mercado sem a devida certeza de viabilidade para a exploração.

Rubens Bueno ressalta ainda que o BNDES é um banco público, com recursos que pertencem a toda a sociedade, e é necessário entender os critérios que levaram o BNDES a emprestar tamanho volume de recursos a um único grupo.

“Qualquer financiamento bancário tem por critério básico a análise das condições de pagamento do tomador. Quando se trata de banco de desenvolvimento, a situação é mais complexa. É preciso analisar os impactos, positivos e negativos, não apenas na carteira do banco, mas em toda a economia. E no caso de Eike Batista, há sério risco de calote aos cofres públicos”, alerta o deputado.