Imbróglio do uso indevido de aviões da FAB vazou para retaliar o PMDB, que é contra o plebiscito

Tudo combinado – O uso indiscriminado de aeronaves da Força Aérea Brasileira por autoridades sempre foi de conhecimento do governo federal, que há muito finge não saber por mero interesse político. No governo de Luiz Inácio da Silva, o assunto veio à baila por iniciativa do então deputado federal Gustavo Fruet, atual prefeito de Curitiba. Requerimentos sobre o uso das aeronaves da FAB foram protocolados na Câmara dos Deputados, mas o assunto caiu na vala do esquecimento por força de pressão oficial.

Assessores mais próximos da presidente Dilma Rousseff sempre souberam dos abusos cometidos por políticos em relação ao uso de jatos oficiais, mas até agora o silêncio obsequioso foi decorrente da necessidade do governo de manter a base aliada supostamente intacta.

Com as recentes manifestações populares e o posicionamento do PMDB contrário ao plebiscito proposto por Dilma Rousseff, o assunto veio à baila de forma proposital. O objetivo era retaliar o principal partido da base aliada, além de passar à opinião pública a sensação de retidão que inexiste em um governo adepto do escambo político. Não foi por acaso que somente três integrantes da cúpula do PMDB (Renan Calheiros, Henrique Eduardo Alves e Garibaldi Alves Filho) foram flagrados na transgressão. E o troco será dado no Congresso Nacional, durante a votação de matérias de interesse do governo.

A queda de braço entre o governo e o PMDB está apenas começando. Dilma é estreante nesse tipo de briga e a tendência é que os palacianos percam a disputa, que deve se acirrar ainda mais nos bastidores. Em jogo estão as eleições de 2014, quando nenhum partido aceitará subir no palanque carregando o entulho da corrupção, do desmando e da inoperância.